O polêmico Nelson Rodrigues definia a Seleção Brasileira de futebol como: a Pátria de Chuteiras. Particularmente, nunca pensei assim. Mesmo a emocionante conquista de 1958 aliada às travessuras de Pelé e Mané, não me comoveram ao ponto de pensar assim. Perdão por neste aspecto não ser politicamente correto. Futebol é importante, sim, mas não a este ponto. A verdadeira expressão da pátria é constituída de honestidade, saúde, educação e empregos para todos. Pátria de chuteiras é coisa do passado, de um período de ditadura política, tempos em que usavam a copa do mundo para mascarar uma situação terrível para o povo.
Futebol é esporte.... e paramos por aí.Se o Brasil perder, tudo bem. Se ganhar, ótimo. Já temos enormes problemas internos para serem resolvidos. Seja um ou outro resultado, os nossos problemas continuam. A crônica esportiva de um modo geral - escrita, falada e televisiva, precisa atenuar essa carga emocional que transfere aos torcedores em geral. É preciso desmistificar essa áurea indevida para o futebol, e suscitar no cidadão, que gosta de esportes, a refletir e se iluminar para outras realidades do nosso Brasil.
A seleção, de fato, ainda é o nosso maior produto cultural e o que melhor define o nosso povo e o nosso tempo. Os símbolos do Brasil, mais consagrados são: um hino que ninguém sabe a letra, uma bandeira que ninguém sabe o que está escrito. Mas, quando a canarinho aparece em qualquer lugar nós imediatamente nos identificamos. Porém, nem por isso podemos dizer ou incentivar ser esta uma “Pátria de Chuteiras”.
O mundo do futebol mudou muito. O futebol virou um negócio rentável. Futebol é uma coisa que está encrava na cultura brasileira, mesmo não gostando acabamos criando aquele amor pelo esporte, mas só pelo esporte, e penso que é assim que deve ser visto. E, assim, também não tem sentido, a Seleção – que não é mais o “escrete nacional”, antes de viajar para a África ter ido ao Palácio do Governo beijar a mão do Presidente da República. Não estamos mais nos tempos medievais quando o Rei da Inglaterra, Ricardo Coração de Leão, era tido como entidade divina e os meros mortais estavam obrigados a ajoelharem-se diante dele.
Paixão mesmo, confesso, tenho pelo meu Palestra, campeão do século XX, reconhecido pela FIFA.
Um desejo de esportista, que vença o melhor, e tomara seja o Brasil.
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