De todas as análises sobre o debate que eu li na internet achei a do jornalista Marcos Nogueira a melhor para orientar a repercussão do encontro de candidatos na telinha da TV Mirante. Acima, dividido em tópicos o texto de Nogueira, abaixo de cada um deles, em destaque amarelo, nossa opinião.
Cega em tiroteio
Enfurecida com críticas feitas por Jackson Lago, Flávio Dino, Marcos Silva e Saulo Arcangelli, a governadora Roseana Sarney não aguentou a pressão e pediu socorro ao papai quase no final do debate: “no próximo debate (logicamente no segundo turno) eu vou chamar o Zé Sarney para debater com vocês...”
A pior que poderia ter acontecido para a oposição era alguma deselegância contra a única mulher presente ao debate, o que não aconteceu. Já escrevi que existem dois Sarneys: o respeitável presidente da redemocratização do Brasil e o oligarca empedernido relacionado historicamente a todos os fatos políticos do Maranhão nas últimas décadas. A menção deste ficaria ao encargo da oposição, como aconteceu; e do primeiro a Roseana, que deixou de fazê-lo.
Fugindo do debate
Nas três vezes que Roseana recebeu de Tonico Ferreira a incumbência de escolher os candidatos que iriam responder suas perguntas, Roseana evitou deliberadamente Flávio Dino e Jackson Lago. Fez duas perguntas para Marcos Silva e uma para Saulo Arcangeli.
Conselho de Duda e Cia. Quanto mais ela perguntasse a Flávio e Jackson mais oportunidades daria aos correntes mais perigosos na disputa. Acho, porém, que pode ter funcionado. Evitou desgaste maior porque pouca gente percebe essa artimanha dos marqueteiros.
Perdendo o rumo e o prumo
O candidato do PSOL, Saulo Arcangeli, perdeu uma oportunidade histórica de junto com Marcos Silva, Jackson e Flávio responsabilizar publicamente a governadora biônica Roseana Sarney e sua família pelo estado de miséria a que o Maranhão chegou. Saulo fez perguntas a Flávio e a Jackson dignas de um verdadeiro candidato laranja, tipo linha auxiliar da oligarquia.
Neste ponto Nogueira esquece que cada um vai ao debate pra realçar os conceitos centrais de uma campanha. Ideológico ao ponto de considerar Roseana, Jackson e Flávio “farinha do mesmo saco” não poderia perder, no caso de Flávio a contradição mais visível, talvez a única – sua relação com Humberto Coutinho, para corroborar tal pensamento.
Marcos Silva teve uma atuação destacada
Sem abrir mão de suas convicções, Marcos Silva, do PSTU, teve uma participação exemplar ao cobrar explicitamente de Roseana a responsabilidade histórica pelas privatizações da CEMAR e do BEM, a extinção de empresas públicas como a COPEMA e ao lembrar o rumoroso caso do pólo têxtil de Rosário, onde um chinês Chhae Kwo Chheng, amigo de Jorge Murad, marido de Roseana, aplicou um golpe de U$ 24 milhões em humildes trabalhadores da região do Munin.
Apesar da lembrança de pontos extremamente delicados para Roseana ele deixou de aumentar mil vezes a força do argumento quando deixou de dizer que ele, como ex-funcionário da COPEMA, conhece esta história com as dramáticas cores de quem viveu tudo na pele.
Flávio encostou Roseana na parede
Ao criticar Roseana veementemente, Flávio cunhou a melhor frase da noite: “É muito fácil governar assim, pois o Lula faz as coisas no Maranhão e a senhora só coloca a placa...”
Flávio Dino deixou de usar um argumento bom de não só o governo de Roseana, mas a própria campanha da candidata se escoram no presidente Lula. Talvez porque tema tenha sido usado contra Flávio por Castelo em 2008.
A fala final de Jackson
No último bloco coube a Jackson Lago encerrar o debate. De forma tranquila e serena enumerou os inúmeros feitos e obras de sua curta administração de pouco mais de dois anos e deixou claro o compromisso de melhorar os indicadores sociais do Maranhão, bem como construir mais cinco Socorrões em Imperatriz, Pinheiro, Balsas, Pedreiras e o terceiro grande hospital de urgência e emergência da capital.
Tem um argumento definitivo sobre o encurtamento do mandato de Jackson que remonta ao fato de que os últimos governadores foram eleitos com abuso de poder econômico, inclusive ele – Jackson, que logicamente não podia admitir o fato. Flávio que pretende o apoio de Jackson não deveria mesmo tocar no assunto. Já Saulo e Marcos Silva poderiam ter lançado esse constrangimento não só aos candidatos, mas ao TSE que deixou de tratar as denuncias anteriores ao caso Jackson como o mesmo rigor e celeridade deste.
Saindo pela tangente
Ao responder uma pergunta formulada por Flávio Dino dos motivos dela prometer tanto e não ter cumprido quase nada em seus primeiros dois mandatos, Roseana deu a resposta mais absurda da noite: “é porque o presidente FHC não apoiava meu governo como o Lula faz...”. Então tá governadora! A culpa de sua ineficácia como governante é do FHC. Patética!
Pior momento de Roseana no debate e bem utilizado por Flávio. Expôs a esfarrapada desculpa para os indicadores do Maranhão e de quebra mostrou a adversária como eterna aliada de qualquer ocupante do Planalto.
A dona do pedaço...
Pensando que mandava no debate, Roseana pediu direito de resposta três vezes ao mediador Tonico Ferreira, que só concordou com um pedido.
Ponto positivo para a organização do debate que enviou um jornalista de fora. Difícil seria que algum funcionário do Sistema Mirante, contrariasse o pedido da candidata-sócia da empresa.
Sangue real...
"Sou filha de Marli e José, casada com Jorge, tenho um filha chamada Rafaela e dois netos: Rafael e Fernanda. Tenho dois irmãos: Fernando e Sarney Filho...". Juro que não entendi o porque da citação da árvore genealógica da governadora. Ela estava seguramente fora de si e ainda tentou passar por vítima, por mulher injustiçada e perseguida, enumerando as cirurgias a que se submeteu em sua vida...
Essa tática (posar de vítima) funcionou no passado contra Cafeteira. Sem conhecer a história do Estado, Duda deve ter insistido na receita sem saber de seu desgaste e ineficácia. Entendi mas acho que não colou mesmo.
Em tempo: amanhã, para que nenhum leitor deste blog tenha dúvida sobre minha posição sobre a eleição de governo, esclareço porque voto no candidato Flávio Dino.
Cega em tiroteio
Enfurecida com críticas feitas por Jackson Lago, Flávio Dino, Marcos Silva e Saulo Arcangelli, a governadora Roseana Sarney não aguentou a pressão e pediu socorro ao papai quase no final do debate: “no próximo debate (logicamente no segundo turno) eu vou chamar o Zé Sarney para debater com vocês...”
A pior que poderia ter acontecido para a oposição era alguma deselegância contra a única mulher presente ao debate, o que não aconteceu. Já escrevi que existem dois Sarneys: o respeitável presidente da redemocratização do Brasil e o oligarca empedernido relacionado historicamente a todos os fatos políticos do Maranhão nas últimas décadas. A menção deste ficaria ao encargo da oposição, como aconteceu; e do primeiro a Roseana, que deixou de fazê-lo.
Fugindo do debate
Nas três vezes que Roseana recebeu de Tonico Ferreira a incumbência de escolher os candidatos que iriam responder suas perguntas, Roseana evitou deliberadamente Flávio Dino e Jackson Lago. Fez duas perguntas para Marcos Silva e uma para Saulo Arcangeli.
Conselho de Duda e Cia. Quanto mais ela perguntasse a Flávio e Jackson mais oportunidades daria aos correntes mais perigosos na disputa. Acho, porém, que pode ter funcionado. Evitou desgaste maior porque pouca gente percebe essa artimanha dos marqueteiros.
Perdendo o rumo e o prumo
O candidato do PSOL, Saulo Arcangeli, perdeu uma oportunidade histórica de junto com Marcos Silva, Jackson e Flávio responsabilizar publicamente a governadora biônica Roseana Sarney e sua família pelo estado de miséria a que o Maranhão chegou. Saulo fez perguntas a Flávio e a Jackson dignas de um verdadeiro candidato laranja, tipo linha auxiliar da oligarquia.
Neste ponto Nogueira esquece que cada um vai ao debate pra realçar os conceitos centrais de uma campanha. Ideológico ao ponto de considerar Roseana, Jackson e Flávio “farinha do mesmo saco” não poderia perder, no caso de Flávio a contradição mais visível, talvez a única – sua relação com Humberto Coutinho, para corroborar tal pensamento.
Marcos Silva teve uma atuação destacada
Sem abrir mão de suas convicções, Marcos Silva, do PSTU, teve uma participação exemplar ao cobrar explicitamente de Roseana a responsabilidade histórica pelas privatizações da CEMAR e do BEM, a extinção de empresas públicas como a COPEMA e ao lembrar o rumoroso caso do pólo têxtil de Rosário, onde um chinês Chhae Kwo Chheng, amigo de Jorge Murad, marido de Roseana, aplicou um golpe de U$ 24 milhões em humildes trabalhadores da região do Munin.
Apesar da lembrança de pontos extremamente delicados para Roseana ele deixou de aumentar mil vezes a força do argumento quando deixou de dizer que ele, como ex-funcionário da COPEMA, conhece esta história com as dramáticas cores de quem viveu tudo na pele.
Flávio encostou Roseana na parede
Ao criticar Roseana veementemente, Flávio cunhou a melhor frase da noite: “É muito fácil governar assim, pois o Lula faz as coisas no Maranhão e a senhora só coloca a placa...”
Flávio Dino deixou de usar um argumento bom de não só o governo de Roseana, mas a própria campanha da candidata se escoram no presidente Lula. Talvez porque tema tenha sido usado contra Flávio por Castelo em 2008.
A fala final de Jackson
No último bloco coube a Jackson Lago encerrar o debate. De forma tranquila e serena enumerou os inúmeros feitos e obras de sua curta administração de pouco mais de dois anos e deixou claro o compromisso de melhorar os indicadores sociais do Maranhão, bem como construir mais cinco Socorrões em Imperatriz, Pinheiro, Balsas, Pedreiras e o terceiro grande hospital de urgência e emergência da capital.
Tem um argumento definitivo sobre o encurtamento do mandato de Jackson que remonta ao fato de que os últimos governadores foram eleitos com abuso de poder econômico, inclusive ele – Jackson, que logicamente não podia admitir o fato. Flávio que pretende o apoio de Jackson não deveria mesmo tocar no assunto. Já Saulo e Marcos Silva poderiam ter lançado esse constrangimento não só aos candidatos, mas ao TSE que deixou de tratar as denuncias anteriores ao caso Jackson como o mesmo rigor e celeridade deste.
Saindo pela tangente
Ao responder uma pergunta formulada por Flávio Dino dos motivos dela prometer tanto e não ter cumprido quase nada em seus primeiros dois mandatos, Roseana deu a resposta mais absurda da noite: “é porque o presidente FHC não apoiava meu governo como o Lula faz...”. Então tá governadora! A culpa de sua ineficácia como governante é do FHC. Patética!
Pior momento de Roseana no debate e bem utilizado por Flávio. Expôs a esfarrapada desculpa para os indicadores do Maranhão e de quebra mostrou a adversária como eterna aliada de qualquer ocupante do Planalto.
A dona do pedaço...
Pensando que mandava no debate, Roseana pediu direito de resposta três vezes ao mediador Tonico Ferreira, que só concordou com um pedido.
Ponto positivo para a organização do debate que enviou um jornalista de fora. Difícil seria que algum funcionário do Sistema Mirante, contrariasse o pedido da candidata-sócia da empresa.
Sangue real...
"Sou filha de Marli e José, casada com Jorge, tenho um filha chamada Rafaela e dois netos: Rafael e Fernanda. Tenho dois irmãos: Fernando e Sarney Filho...". Juro que não entendi o porque da citação da árvore genealógica da governadora. Ela estava seguramente fora de si e ainda tentou passar por vítima, por mulher injustiçada e perseguida, enumerando as cirurgias a que se submeteu em sua vida...
Essa tática (posar de vítima) funcionou no passado contra Cafeteira. Sem conhecer a história do Estado, Duda deve ter insistido na receita sem saber de seu desgaste e ineficácia. Entendi mas acho que não colou mesmo.
Em tempo: amanhã, para que nenhum leitor deste blog tenha dúvida sobre minha posição sobre a eleição de governo, esclareço porque voto no candidato Flávio Dino.
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