quinta-feira, 24 de março de 2011

Trânsito de Chapadinha: Só Faltam os Elefantes



Se prestarmos atenção nas cenas locais mais cotidianas do trânsito de veículos, bicicletas e pedestres de tão desorganizado, chaga-se à conclusão que só faltam mesmo os elefantes comuns nas ruas da Índia para completar a bagunça generalizada. 

Aquisição de novos veículos, aumento da frota e a melhoria de algumas vias trazem, na mesma proporção, o acréscimo de acidentes com vítimas graves ou fatais. 

Muito se tem debatido sobre o que vem gerando essa escalada de violência no trânsito de Chapadinha. Não sou especialista, mas desconfio que tamanha brutalidade inicia com leves  abusos de motoristas e pequenas omissões das autoridades. Coisas como estacionamento caótico, desrespeito à faixa de pedestres e  o "ingênuo" detalhe de não haver fiscalização quanto à habilitação dos condutores, abrem o caminho para todo o resto. 

O caos de motos e carros estacionados a esmo, sem que ninguém discipline nada, passa a noção de tudo pode e nada é proibido. 

Nem precisa ser “expert” pra deduzir que a CNH é o documento que atesta que o sujeito tem ou não condições de dirigir algum veículo automotor. Se ninguém confere a carteira, ninguém se habilita. Planta-se ai a semente da imperícia, negligência e imprudência e – adiante – colhe-se nas ruas uma safra cada vez mais pródiga em desastres, traumas e mortes. 

A questão do trânsito é um dos raros fatores que não rendem votos e nem escandalizam ninguém. Basta um aperto das autoridades policiais para que politiqueiros de plantão entrem em cena para afrouxar geral e a sociedade voltar a ter a sensação de que é livre para se autodestruir.

Sintoma disso é um ensaio de projeto que pretende abolir o uso de capacete em Chapadinha sob o argumento de que o singelo protetor de crânio esteja sendo usado como máscara de assaltantes. Ora, legislar sobre matéria de trânsito é de competência exclusiva da União, só o congresso nacional pode alterar alguma coisa. Se nem os Estado podem mexer nisso, essa pretensão só terá acolhida nos anais do anedotário político Municipal.

Ao invés de se pensar em abolir itens de segurança, que tal promovermos um grande debate na Câmara Municipal? As vidas poupadas por um trânsito mais harmônico agradeceriam.

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