quarta-feira, 9 de junho de 2010

Não Esqueçam o Que Eu Escrevi

Tava demorando... mas até que enfim alguém resolveu esmiuçar coisa que escrevi a respeito da política no passado. Francamente esperava alguém mais habilidoso e inteligente a me confrontar com tais contradições. Mas que nada, a lembrancinha parte da auto-intitulada “impressa séria”, inerte quando trabalhava em uma emissora ligada ao governo. Agora posando de arauto da verdade e mártir da oposição às expensas do pretenso candidato a prefeito Erick Marinho.

No que diz respeito ao que escrevi na Folha de Chapadinha ou no Jornal Espantalho, rejeito categoricamente a saída simples e pequena do “esqueçam o que eu escrevi”. O que ali está escrito faz parte de uma postura e uma análise da conjuntura de então. Da análise desta conjuntura que já tratei neste blog com frases assim: “na política como em alguns momentos fora dela, a opção em tela é entre o ‘mais ruim’ e o ‘menos ruim’, (...) em Chapadinha, na última eleição municipal, por exemplo, imagino que como eu, muitos não tiveram alternativas no rigor de seu pensamento, nenhum dos candidatos correspondia a justas expectativas, (...) na exclusão de quem fatalmente atrasaria salários, desorganizaria por completo a administração e de saldo trataria os reclames com a pesadíssima mão da truculência, escolhemos alguém que com todas as demasias biográficas tinha feições menos danosas ao corpo social de nossa cidade.” Estes trechos explicam – para quem tem o mínimo de discernimento – que a impossibilidade de sucesso de uma terceira via e o risco de ajudar involuntariamente qualquer retrocesso foi o dilema que me fez repensar o posicionamento com relação a estratégia adotada anteriormente.

Quanto aos fatos da matéria reproduzida, referente à denúncia de que a CGU encontrara indícios de corrupção na gestão do ex-secretário Levi Pontes, com evidente responsabilidade legal indireta de Magno como Prefeito, eles são de uma verdade inafastável. Tanto que este jornalista nunca foi desmentido ou processado. Assim, tenta-se desqualificar nosso trabalho, mas acaba-se realçando responsabilidades e critérios profissionais adquiridos ao longo do tempo.

Renunciar ou não a um texto é coisa de quem escreve algo aproveitável e importante. Posso até um dia fazer isto. Mas há pessoas que estariam impedidas de dizer: “esqueçam o que escrevi” - porque não conseguem escrever satisfatoriamente nem bilhete pedindo dinheiro ao delegado ou ao português da padaria, como vocês sabem bem.

No mais, lembrei da frase de Fred Zinnemann que assino em baixo e que cai como luva para os tais que não se olham no espelho e julgam todos por si: “Eu não disponho de nenhuma janela para olhar a consciência de outro homem; eu não condeno ninguém”.

2 comentários:

eduardo disse...

"habilidoso e inteligente" Gostei alexandre. parece que mexeram em seu calo.rsrsrss, mais não dá direito de se achar tão sábio assim e desclassificar as qualidades de outros jornalitas.

Alexandre Pinheiro disse...

Uso sapatos folgados demais pra ter calo mas você tem razão, não deveria tratá-los assim. Vou corrigir petulância no próximo texto. Valeu!!!!