Por: Almir Moreira - Advogado
Quando o ex-prefeito Isaias conquistou a Prefeitura pela primeira vez, foi se aproveitando do menosprezo conferido a ele pelos grupos políticos majoritários naquele momento: o do ex-deputado Antonio Pontes e o do então prefeito José Almeida. Essas duas facções se achavam donas dos votos da Chapada. Qualquer outro grupo que surgisse para eles era tido como inexpressível. Porém, a situação era outra, Pontes já vinha desgastado tinha perdido a prefeitura e o Prefeito José Almeida, cuidadoso na administração municipal, não guardava os mesmos préstimos com a política. Enfim, a política tradicional naquele instante estava abalada só esses protagonistas não percebiam. Havia descontentamento por toda parte, precisava apenas de uma fagulha para o fogo aparecer. Não perceberam o avanço de uma terceira alternativa, que aos poucos foi se tornando uma força, o grupo de Isaias Fortes, embalado pelo PMDB. O resto a história já registrou, esse novo grupo venceu, e os arrogantes de então amargaram anos fora do Poder. Esse movimento venceu porque o Povo estava carente de um líder, e porque o novo líder socorreu aos seus apelos mais primários – naquela época corria frouxo o clientelismo.
Na história mais recente desde a reeleição do ex- prefeito Magno esboça-se o surgimento de uma terceira opção – terceira via – como alternativa de poder. No inicio serviu para estabelecer uma marca, Alexandre Pinheiro - fruto da estirpe política de seu pai, o ex-deputado e político de primeira linha Dr. Sebastião Pinheiro – foi para o sacrifício. Marcaram posição. Fincaram bandeira. Já na sucessão de Magno, novamente repetiu-se uma terceira opção, dessa vez, além de marcarem posição atrapalharam a vida do grupo político dominante. Por conta desse terceiro grupo a atual Prefeita Danubia Carneiro e Magno perderam nas urnas a eleição majoritária. Ocorreu, portanto, um salto quanto a postura dessa terceira via, ela se mostrou nefasta para os interesses de um dos lados. A terceira via hoje é real, e não é mais só uma marca ou instrumento para vitória de uns, pode ser alternativa de poder. O menosprezo e a subestimação são os temperos que dão gosto a esta conjuntura, cuidado para que depois os que se dizem donos da situação não ouçam: “agora é tarde, Inês é morta”.
Um comentário:
Alexandre, esta análise é muito pertinente da política de Chapadinha.
É assim que funciona a política, em um movimento dialético de confronto de polaridades e o surgimento de uma síntese, uma terceira via. Esse é o movimento da história. Isso só não acontece em São Bernardo, mas isso é outra história... rs.
Postar um comentário