Um contrato de aluguel tão questionável que acabou cancelado foi o assunto que levou os líderes Magno Bacelar e Marcelo Tavares à turgescência verbal e que desencadeou uma profusão de hipocrisia na mídia.
Como chapadinhense e eleitor de Magno – portando, interessado em seu sucesso como representante de minha Chapadinha – me sinto a vontade pra começar a tratar do assunto deplorando a condução da vida privada de quem quer que seja ao debate público. Isso, aliás, é uma questão de respeito a si próprio: se não quero que ninguém adentre minha intimidade não devo tratar do aconchego dos outros.
Magno, em texto ao jornalista Luis Cardoso, admite que passou do limite. “Reconheço que exagerei em algumas palavras, mas essa é minha missão em defesa do governo que honrosamente aceitei a ser vice-líder, mas foi no calor da discussão e aproveito a oportunidade para desculpar-me se ofendi involuntariamente determinadas pessoas, porém por vezes extrapolamos”, disse.
A grandeza do gesto de escusa do deputado não afasta as obviedades de que não é missão de parlamentar defender a qualquer custo nem, para isso, precisa vilipendiar a privacidade do oponente. Neste ponto, o recuo do governo na manutenção do aluguel fulmina a lógica defensiva de querer ser mais realista que o Rei.
Por outro lado, o ululante derrame lingüístico de Bacelar e Tavares tem servido de banquete para falsos moralistas da imprensa. Jornalistas cansados de desrespeitar a ex-primeira dama agora falam em baixaria, como se só agora a Grande exploração das alcovas alheias merecesse censura. Outro, por desafeto ou desinteligência financeira, insiste na mentira que Magno teria apoiado outro candidato que não Roseana sem mostrar leve ilação que o acuda na tese pessoal.
Além do decoro o episódio fez vítimas a memória recente e a verdade dos fatos.
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