quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Base de Dilma Elege Maioria dos Prefeitos


Conheça em detalhes os resultados do primeiro turno das eleições e saiba qual é a força de cada partido nas cidades que já escolheram seus prefeitos
Eleitor votou por um país mais governista e com o poder distribuído entre mais partidos
As eleições do último domingo deixaram o Brasil mais governista, politicamente mais fragmentado e com uma configuração partidária muito diferente daquela saída das urnas de quatro anos atrás.
Essas são algumas conclusões dos resultados do primeiro turno das eleições municipais. Para analisá-los, o Congresso em Foco comparou a evolução do voto dos eleitores, entre 2008 e 2012, em cada estado brasileiro, partido por partido, município por município.
Foram tomados como referência os dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que divulgou os prefeitos eleitos de 5.514 municípios. A relação exclui as 50 cidades em que está prevista a realização de segundo turno e aquelas em que ainda não é possível apontar um vencedor, por diferentes razões. Em pelo menos quatro delas, a indefinição decorre do fato de nenhum dos candidatos a prefeito ter sido considerado apto para a disputa pela Justiça eleitoral: Monte Alegre (RN), Bom Jesus de Goiás (GO) e duas cidades com o mesmo nome e de dois estados diferentes: Cedro do Ceará e Cedro de Pernambuco.
Veja adiante as características fundamentais da nova geografia do poder municipal.
Para saber como ficou a distribuição das prefeituras por partido, em cada estado, clique abaixo, aqui vou colocar o quadro apenas do Maranhão, cujo resultado mostra que o partido que mais cresceu nas eleições de 2012 no Estado foi o PMDB.
PMDB 16 47 31, em 2008 o partido elegeu apenas 16 prefeitos, nessas elieições (2012) elegeu 47 prefeitos, cujo resultado foi o crescimento de 31 prefeituras.
Distribuição das prefeituras por partido
Um Brasil mais governista
A primeira rodada eleitoral mostra que o conjunto de partidos agrupados no plano nacional em torno do PT de Lula e do governo de Dilma Rousseff ficou mais forte. Em 2008, três partidos de oposição (PSDB, DEM e PPS) elegeram um total de 1.403 prefeitos, que correspondiam a 25,5% dos 5.508 municípios em que houve disputa eleitoral naquele ano.
Agora, das 5.514 cidades que já definiram seus novos administradores, 1.089  (19,7%) elegeram candidatos de quatro legendas oposicionistas: PSDB, DEM, PPS e Psol.
O governismo é um fenômeno federal e regional. Os partidos de oposição se saíram melhor nos estados sob o seu comando. Um exemplo é o Paraná, onde o PSDB – partido do governador Beto Richa – conquistou 36 prefeituras a mais do que em 2008. No mesmo estado, o PMDB do ex-governador e atual senador Roberto Requião sentiu na pele o que é viver num mundo de rei posto, rei morto. O PMDB paranaense perdeu 80 prefeituras.
PT e PMDB, os mais espalhados
PT e PMDB são os dois únicos partidos que elegeram no primeiro turno prefeitos em todos os estados.
São também os que obtiveram maior soma de votos válidos para prefeito. O PT recebeu 16,7% do total de votos dados no país. O PMDB, 16,2%.
Mas foi o PMDB quem conquistou mais prefeituras, 1.020. Elegeu mais prefeitos que as outras legendas em todas as regiões, com exceção do Sudeste, onde o PSDB levou a melhor.
PSDB e PSB, um tem o que falta ao outro
Dono de 13,5% dos votos válidos dados aos candidatos a prefeito, terceira maior votação alcançada no país, o PSDB não elegeu prefeitos no Amazonas (onde disputará o segundo turno em Manaus) e no Amapá e venceu em apenas dois municípios no Rio de Janeiro.
Mesmo assim, graças à sua forçaem Minas Geraise São Paulo, tem vantagem sobre os outros partidos no Sudeste, berço de 47% dos prefeitos tucanos. O Nordeste é que continua sendo o maior problema do PSDB.
A região garantiu a vitória de 28% dos prefeitos eleitos pelo PMDB e 30% dos petistas, mas de apenas 16,6% dos tucanos que saíram vitoriosos no domingo.
O PSB é a segunda força partidária no Nordeste, onde o partido amealhou 60% de suas prefeituras. O partido foi o quarto mais votado em todo o Brasil, com 8,4% dos votos.
O novo quadro partidário
Sejam quais forem os resultados de segundo turno, as eleições municipais já trouxeram alterações importantes no quadro partidário.
Nesse novo cenário, o PMDB e o PSDB encolheram, mas permaneceram fortes, e formam com o PT (que continuou crescendo) o trio dos grandes partidos do país. Todos os três tiveram, individualmente, mais de 13 milhões de votos válidos para prefeito no domingo.
Um segundo pelotão é integrado pelos partidos médios, nos quais se destacam o PSB (8,6 milhões de votos válidos) e o PSD (5,8 milhões). Este estreou conquistando o quarto maior número de prefeitos (493). Aquele foi, dos partidos que já estavam na briga quatro anos atrás, o que mais cresceu.
Enquanto PSB e PSD estão em ascensão, outros cinco partidos médios – com votação entre 3,7 milhões e 6,2 milhões, lutam contra o declínio e perderem prefeituras em relação a 2008: PP, PDT, PTB, DEM e PR. O DEM teve os resultados mais negativos. Conquistou 276 prefeituras. Nas eleições passadas, tinham sido 493. Em 2004, 784.
O grupo seguinte traz seis partidos pequenos, cujos candidatos a prefeito receberam no total entre 1,6 milhão e 2,4 milhões de votos: PRB, PPS, Psol, PV, PCdoB e PSC. Dentre eles, dois diminuíram de tamanho (o PV e o PPS) e três cresceram expressivamente em total de votos para prefeito: PRB e PSC, acima de 65%; Psol, 200%.

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