Antigamente estragavam-se os
alimentos. Sem freezer ou geladeira, apodreciam depressa. Agora quem se estraga
somos nós: as pessoas. Vivemos sujeitos à influência de contaminações
ambientais, de costumes perversos, de abusos generalizados.
São bactérias esquisitas, infeciosos
vírus, graves tendências, péssimas ilusões... Ai de quem não se cuida e não
luta contra estes condicionamentos! Depressa normaliza-se a banalidade,
aceita-se a mentira como verdade, tem que se aguentar a corrupção como prática
normal. Tudo fica de pernas para o ar e com a galharda afirmação de que assim é
que é! Aproveita quem pode.
As contradições são flagrantes, mas
dizem que uma mentira repetida muitas vezes passa por verdade. Vejamos algumas
demonstrações que são mais que meras suspeitas: Vocifera-se com facilidade que
o poder vem do povo, que vivemos em democracia.
Mas, o que impera a maior parte das
vezes? - A monocracia (só um manda) ou moneycracia( poder do dinheiro),
uma descarada ditadura, um totalitarismo absolutista que vive de fazer
acontecer o que lhe agrada, obriga a dogmatizar seus pontos de vista, a evitar
e até combater a participação da sociedade, a esconder muita atrevida esperteza
e a aproveitar, em benefício próprio, o mais que se pode.
Confunde-se opinião pessoal com a
absoluta verdade, esquece-se o bem comum para entronizar interesses próprios e
tudo por aí fora... O poder está a saque. Quem mais dinheiro tem é que é que é
o preferido. Por isso, cada um que se quer promover, procura amealhar o mais
que pode.
Acumula-se verbas sobre verbas,
retira-se grossas fatias de projetos, esconde-se o mais que se pode a
publicação das licitações para ninguém concorrer e o gestor poder
decidir...
O “povo” é esquecido ou então
amarfanha-se e mete-se no bolso. Fica na boca para ser usado e na carteira para
ser guardado. É a canonização própria e ai de quem não concorda! Surge a
vingança, irrompe o rancor, a ameaça e a realidade do despedimento, a perda de
direitos. Puro infantilismo!
É a lógica positivo-narcisista que
procura viver sem tensões, fazendo o que se quer ou a lógica utópica-prometeica
que exige total liberdade para fazer o que lhe convém. Tristes e nojentos
produtos que já deviam estar fora de uso!
E a mania está tão generalizada e age
com tanta pacatez que conhecidos arbitrários inescrupulosos, doutros
municípios, especializados nestes trambiques, aspiram pelo Governo de
Chapadinha.
Na verdade, está engordando, entre
nós, um ambiente de crítica mordaz, de desconfiança fundamentada na falta de
informação local, de explosão de afirmações sobre abusos de poder,
falsificações, desvios de verbas, acúmulo de bens por sabidos... muito perigoso
isto! E esta situação tem influência criadora de situações iguais no dia a
dia.
Vulgariza-se a vontade de acumular de
qualquer maneira, de prejudicar o património público, de esconder, mentir, cada
um fazer o que quer. Mania imoral e imoralizante. E porquê tudo isto? – Porque
o estímulo está aí! Existe incentivo! Se eles fazem, por que não eu?
Esta é uma situação imoral, sem ética
e é preciso que os responsáveis vejam o que estão fazendo. Não digo isto por
ser oposição ou por pertencer ao grupo dos gratificados bajuladores. Só por ser
cidadão! Quero bem a esta terra onde não nasci, mas onde vivo há 36 anos
e que escolhi como se fosse meu solo materno!
Texto Publicado no Boletim/Blog da Paróquia de Chapadinha
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