O Estádio Lucídio Frazão estava
lotado. Equipes em campo. Tudo pronto para a partida de futebol? Não! Faltava
uma ambulância no estádio como é exigência da lei. Após mais de uma hora de
espera o juiz cancelou a partida e a ambulância chega minutos depois disso, mas
nada adiantou.
Ainda não há decisão sobre se haverá
outra data ou se o Galo da Chapada perdeu os pontos e, por consequência, venha
a ser rebaixado.
Perplexidade da torcida, alvoroço na crônica
esportiva maranhense: “como pode uma cidade do tamanho de Chapadinha ter só duas ambulâncias?”,
indagaram!
Mas pode não ter sido exatamente
falta de ambulância. Como a imprensa estadual não sabe do nosso dia-a-dia e
alguns torcedores são naturalmente desligados de temas políticos, vale uma retrospectiva.
Lua de Mel, Divórcio de Fel
O dia do retorno do Chapadinha ao seu
estádio depois de 10 anos sem mandar jogos aqui foi uma festa geral: torcida,
dirigentes, comunicadores e políticos eram só alegria. Foi assim em outros
jogos, mas tudo mudou quando uma homenagem ao presidente Gadiego Loyola foi
interrompida pelo esposo da secretária de esportes e ex-vereador Orinaldo Araújo,
que tanto insultou o presidente do Galo que teve que pedir desculpas públicas.
Ato continuo e em tom desagravo, o
presidente Gadiego foi convidado a falar na Câmara Municipal. No parlamento o
cartola falou das dificuldades financeiras da equipe e da falta de apoio do poder
público e do empresariado. Vereadores de governo e oposição elogiaram o
dirigente e prometeram solicitar patrocínio, que nunca saiu um centavo da
prefeitura. Veja matéria aqui.
Depois da sessão a coisa mudou tanto
que comunicadores ligados à prefeitura passaram a desmerecer o Chapadinha como time
de fora e seus dirigentes taxados de irresponsáveis por colocar um time sem recursos
no campeonato.
Foi assim que vimos o Galo indigente
receber grata solidariedade da torcida do Cavalo de Aço, foi assim que
disseram que o transformador do estádio estava inoperante para Chapadinha x Sampaio, foi assim que a ambulância
que a todo jogo ia, ao último não foi...
Na propaganda da prefeitura o que não
falta é ambulância adquirida com “recursos próprios” ou por “emendas de deputados”.
Em meio a enorme e instantânea repercussão,
a Saúde local divulgou nota dizendo que as ambulâncias foram chamadas quando se
deslocavam para o estádio. “Queriam que a prefeita deixasse uma pessoa morrer
para ter o jogo”, defendiam comunicadores e partidários da prefeita em redes
sociais.
Na sequência todos os blogs ligados à
comunicação oficial fizeram matérias ofensivas ao juiz, Galo, Sampaio e justificaram
a falta de ambulância...
Não tenho e nem poderia ter certeza,
mas o conjunto da obra aponta ou para uma grave precariedade das ambulâncias
que a qualquer hora podem faltar até para os casos mais urgentes; ou para um boicote
mal pensando e tardiamente arrependido.
Foto: Jornal Pequeno
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