Por: Roberto Kenard
Marx escreveu que a história só se repete na forma de farsa. As oligarquias se movem nesse tempo circular, é a farsa histórica por excelência.
Em entrevista antes da campanha eleitoral, Flávio Dino disse que havia a necessidade de republicanizar o Maranhão. Ou seja: proclamar a República no Maranhão. Não se trata de mera frase de efeito. Ela carrega implicações históricas e políticas da maior importância. Sua urgência extrapola o calendário eleitoral, muito embora só no calendário eleitoral ela ganhe força para se materializar.
As oligarquias tratam o Estado como propriedade particular, quem está fora do círculo familiar dominante não passa de agregado. Não é à toa que sua visão é patrimonialista.
Nos Estados oligárquicos o voto assume características dramáticas: não se trata do exercício da cidadania pura e simplesmente, mas quase uma decisão de vida ou morte.
O Maranhão é o último Estado oligárquico do Brasil. Há 45 anos a mesma família mantém o Estado sob suas rédeas, o que gerou uma cultura particular: clientelismo, domínio sobre a Justiça em todos os âmbitos, visão de desenvolvimento apartada da realidade, relações públicas pautadas pelo parentesco e pelo grau de amizade. O Estado é uma Casa Grande.
Domingo o maranhense dirá nas urnas se quer permanecer preso no tempo circular ou se deseja caminhar livre no tempo histórico. Se deseja derrubar a Casa Grande ou se prefere ficar preso no quartinho dos fundos. Se quer continuar a ser tratado como agregado ou se prefere ficar ereto e caminhar como cidadão.
No Maranhão, por conta da oligarquia Sarney, infelizmente, as nuances foram apagadas da história. Ou você é contra ou você é conivente.
Ao votar no domingo, portanto, o maranhense estará dizendo sim ou não ao domínio de uma única família. Nos Estados oligárquicos, as eleições são sempre plebiscitárias.
O bom senso, os homens de bem esperam, prevalecerá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário