Faço uma análise da situação de Chapadinha após as eleições do dia 03 de outubro e vislumbro um quadro de dificuldades pelos próximos dois anos, pelo menos.
Como seria maravilhoso se esta profecia não se cumprisse, mas devo alertar a nossa população e a nossas lideranças políticas de que poderemos enfrentar uma crise sem precedentes nestes dois anos que restam para o final da atual gestão municipal.
A senhora Roseana Sarney conseguiu uma vitória quase heróica já no primeiro turno, o que lhe deu um fôlego especial, pois, segundo previsões, dificilmente superaria o outro possível oponente em um segundo turno. Roseana deve essa vitória não tanto aos apoios que teve mas, sim, ao alto índice de ausência do eleitor às urnas, aliado aos votos brancos e nulos, que interferiram no percentual de votos, possibilitando à governadora uma suposta vantagem de mais de 50%.
Na verdade, se o percentual de votos fosse maior, talvez ela não tivesse alcançado metade dos votos válidos. Contudo, a constatação mais óbvia neste momento é a de que a família Sarney ganhou uma força a mais pelo menos para quatro anos e, acredito eu, talvez chegue a oito, já que, caso Dilma venha a ganhar, Roseana permaneça a seu lado e ambas façam um bom mandato, Roseana fará seu sucessor.
E para Chapadinha? O quadro é desolador. Além de nenhum dos dois grupos políticos principais fazer seus deputados, poderão conseguir as migalhas que a governadora quiser conceder. E depois, se qualquer um dos grupos for até ela reivindicar obras, verbas e projetos, a governadora se sentirá agradecida? Ela já não terá dado o consolo para os dois grupos? Que dívida política ela terá para com os grupos locais, caso ela já conceda cargos para ambos? No máximo, ficará nisso. A população, que é bom, ficará à espera, como telespectador de uma realidade política distante e acastelada.
A situação, na verdade, está propícia a mudanças. O alto índice de ausência, votos brancos e nulos ocorridos no Maranhão também se refletiu em Chapadinha. Isso fora a quantidade de votos que a população local concedeu a candidatos de fora. Juntando todos os votos não dados aos dois grupos dominantes, chega-se a mais de 20 mil votos, quantidade suficiente para eleger um prefeito, em 2012. Será que não estamos frente a uma situação de fortalecimento de uma terceira via, ainda não incorporada por lideranças locais, mas já presente a partir deste vácuo político?
A mensagem que as duas últimas eleições vém dando aos mais atentos é a de que a polaridade entre Magno e Isaías vem sendo rejeitada por grande parte da população. Na verdade, a chamada "terceira via" só não se faz uma realidade por falta de estrutura financeira, política e, até, de estratégia para chegar ao poder.
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