quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Bola de Cristal dos Videntes Míopes

Final de ano é tempo de previsões sobre o futuro. Figuras de todas as tendências do embuste sensitivo prevêem sempre a morte de um famoso artista e um importante político. Sem chance de erro, dentre os milhares alvos, pelo menos um há de bater as botas nos vindouros 365 dias, para fazer a fama das mães Dinas da vida.

Aqui Maranhão, tempos atrás, aconteceu um caso curiosíssimo: um pai-de-santo, vestido a caráter, lançou – ao vivo – de uma destas antevisões inescapáveis, “este ano o campeão maranhense de futebol será Sampaio Correa, Moto Clube ou Maranhão Atlético”, disse ele. Para desgraça do “carniça”, naquele ano o Bacabal foi o primeiro time do interior a vencer o certame estadual.

Caros leitores, contei-lhes essa história por lembrança do rosário de previsões e apostas de setores da política local no ano que se encerra. Antes, porém, de entrar no tema, peço que leiam trechos de artigo do jornalista Marco Déça no qual analisa a escolha do secretariado de Roseana como grande prova de habilidade política. Aliás, a destreza de Roseana Sarney em conseguir agradar à classe política parece estar no DNA e tem reconhecimento até dos mais ferrenhos adversários. Vamos ao texto de Déça, depois volto comentando:

A governadora Roseana Sarney (PMDB) deixou claro, desde o início, que o perfil do seu secretariado seria técnico. Mas teve que trabalhar politicamente para garantir o corpo de auxiliares sem entrar em choque com a classe política. E conseguiu.

A engenharia que resultou nos 37 nomes foi um sucesso. Todas as alas políticas do grupo foram contempladas, de uma forma ou de outra.”

Sobre a indicação que envolveu a confirmação de Magno Bacelar, o jornalista fez a seguinte análise:

A ida do deputado Victor Mendes para o Meio Ambiente resolveu, de uma só vez, quatro pendências com o Partido Verde: 1- manteve a pasta sob controle do PV; 2- garantiu a ida do suplente Magno Bacelar para a Assembléia; 3 – garantiu a presença do PV em uma das secretarias da Assembléia, e 4 – contemplou o deputado federal Sarney Filho (PV), com a Sema e com a vaga de “Nota 10″ na AL.”

Voltei.

Contra Magno, os adversários usaram dois artifícios: um racional e produtivo – a divulgação de sua inelegibilidade, o que de fato tirou-lhe votos; e outro ilógico e infrutífero – algo como se a pseudo-determinação da governadora Roseana em desprestigiá-lo fosse maior que a ânsia dos adversários locais em combatê-lo.

Acertando Todas

Primeiro, o inimigo Magno era ficha suja; provou não ser. Depois atribuíram uma “fracassada” votação de mais de 33 mil votos!(?) Ficando, pelo jogo das coligações, à frente de 16 eleitos. Mais adiante “Nota 10” não assumiria porque Roseana – por força de pensamentos negativos – esqueceria que Magno se manteve firme com ela, enquanto seus novos aliados locais, poucos dias antes de ela assumir o governo, gozavam do aconchego de um balaio recheado de verbas. Agora, já começam a ensaiar uma nova esperança e os guizos do agouro tilintam que Magno será um deputado sem prestígio.

História: a Ciência Profética

Se, dizem que a história é um profeta com os olhos voltados pra trás, vamos ver o que acontece com o Magno deputado. Quanto a seus oponentes, ou passam a trabalhar com mais dados e fatos concretos e deixam de lado esse ódio mediúnico, ou continuarão acertando tanto quanto o nosso azarado babalorixá tupiniquim.

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