Com o título “Movimento Mostra a Cara de Chapadinha que Queremos” o blog do Sindchap traz as seguintes considerações que comentaremos em negrito após cada ponto.
“Não se pode medir o significado de um fato social pela quantidade de pessoas nele diretamente envolvida. Se fosse assim, o carnaval provocaria mudanças sociais significativas em nossa vida.”
Há aqui – e não podia ser diferente – claríssimo reconhecimento de que o povo literalmente preferiu não participar do movimento. Sobre a comparação com o carnaval, vem a diferença ululante: o período momesco nunca quis derrubar prefeitos, influenciar eleições em parlamentos ou fazer mudanças sociais, tampouco precisou convocações tão veementes ou sistemáticas como as que acabaram sendo desconsideradas pela população no evento em questão.
“Contudo, as maiores mudanças pelas quais o mundo passa são provocadas por pequenas lideranças e iniciativas de grupos que perseveram na manifestação de sua visão de mundo e na defesa de seu ponto de vista.
Mahatma Gandhi foi um exemplo de luta "solitária", mas perseverante, que levou à libertação da Índia das garras do império inglês.
Jesus Cristo, com doze apóstolos, conquistou grande parte do mundo em que vivemos.
Os colonos americanos conseguiram vencer o exército inglês e libertar o seu país.”
Os fatos históricos elencados apenas começaram com um número reduzido de líderes, mas – dadas a ressonância com sentimento do povo e o árduo e competente trabalho de mobilização das vanguardas – acabaram envolvendo grandes massas. Por enquanto a adesão popular a essa causa é apenas um desejo dos idealizadores.
“Na verdade, a luta pode ser difícil, mas sua simbologia supera as aparências.
Nesse sentido, de todas as imagens do movimento, a que mais me chamou a atenção foi uma paralela à passeata e que me motiva ainda mais a lutar por uma chapadinha livre da opressão, da ignorância, da intolerância, em prol do respeito aos movimentos sociais e às igrejas.
Gostaria de saber se realmente você...
...conconda com esta imagem?
E aí, é isso que queremos?”
Ao final do texto e a alusão à imagem (foto acima) é o supra-sumo das limitações das melhores cabeças que se trocam com o folclórico para enxergarem, no prosaísmo do cartaz, a opressão, a intolerância e o desrespeito – que chegou à roda viva de prisões e agressões físicas, em passado recente – sob o comando de seus companheiros de agora, os verdadeiros chefes e financiadores do malogrado protesto.
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