Tem um modelo clássico que ajuda o jornalista a distinguir o que seja ou não notícia; é o seguinte: quando um cão morde um homem não é notícia porque – a menos que o mordido morra – tal história não tem nada de extraordinário. Já se o homem morde o cão, ai são outros quinhentos.
Pois bem! Um leitor mandou um recorte de uma imagem que reproduzia uma série de comentários na página de relacionamento facebook dando conta de que um vereador de Chapadinha proferira uma fila de xingamentos contra um internauta que ousou dele discordar.
O rapaz questionou o vereador em tom provocativo, mas se ateve a questões públicas e os termos usados não foram ofensivos. Já a resposta do vereador, como se vê, foi um primor:
“Fulano vai tomar no C#! Fica na tua que você é peixe pequeno. Come teu dinheiro e fique calado que você não entende de C@#@%&# nenhum.”
Vi o material e decidi não publicar.
Dias depois o leitor me manda um email indagando dos motivos da não publicação. Foi quando (em resposta) contei-lhe “a estória do cachorro que morde o homem” e “do homem que morde o cachorro” e disse que de tão previsível as reações raivosas do tal vereador, este só será notícia quando responder a alguém de forma civilizada, nem que seja uma única vez na vida.
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