Por: Almir Moreira - Advogado
Quem joga e entende de futebol sabe que não tem coisa pior do que jogar com perna de pau, ele recebe uma bola redondinha e devolve bicuda. Quando o jogo é com quem entende se torna prazeroso. A batalha é lúdica. Na política ou em outro ambiente social isto também ocorre.
Com efeito, conversar com quem entende das coisas é muito bom, e é uma lastima conversar com quem não entende nada, sobretudo se falta humildade no interlocutor ou quem simplesmente ouve.
No caso, em razão de texto de minha lavra neste blog sobre aspecto da conjuntura política local, Dr. Raimundo Marques, craque da Chapada e do Maranhão, como advogado e jurista e, como militante na política maranhense, tratou sobre o mesmo assunto. Como de costume com maestria mostrou seu ponto de vista. Aprofundou a análise. Em resumo, acusou a necessidade de uma nova alternativa de poder, disse mais ou menos assim: “muitos não concordam mais com a polarização existente”. Terminou por me perguntar se a terceira via é viável? Já respondi no meu texto- disse ser a mesma inviável -, mas vamos novamente.
Para responder, não dar se não for perguntando, desde o ensaio das duas tentativas de terceira via, Alexandre Pinheiro e Levi Pontes – ambas malogradas – houve mudança na política local capaz justificar uma nova tentativa, um novo nome, uma nova opção capaz de vencer a eleição para prefeito? Os grupos tradicionais, influentes na política local, com desgaste ou sem desgaste, não têm mais condições de vencer eleição deste tipo? Ao meu sentir não observei nenhuma mudança de peso nesta situação. Setores da classe média se mostram arredios ao status quo, mas só isso, e diga-se setores, não o conjunto da classe média e, ainda francamente minoritários. Arredios, mas inertes. E, mesmo estes, no final das contas, fazem a opção clubista conforme seus interesses, ouvi muito isso na campanha passada: “eu ia votar no dr. Levi, mas para não deixar o Isaias ganhar vou votar na Danubia”.
Não há a menor dúvida que precisamos reorientar o modo de fazer política, necessitamos de um novo planejamento e vivenciar uma abertura democrática para a sociedade organizada a fim de que esta participe mais ativamente da administração. Como também precisamos de direção política a altura para enfrentar os grandes temas que se apresentarão, pois nossa região é alvo de forte especulação econômica, e aonde vem a economia vem também a política. Não podemos sofrer o que outras regiões maranhenses já sofreram como, a perda do poder econômico e político dos seus nativos. Já basta o acontecido com nossas chapadas (cerrado), por exemplo.
Porém, entre o ideal e o real tem um longo caminho. Nomes de peso e envergadura temos de sobra o próprio Dr. Raimundo Marques, talvez seja um dos melhores ou se não o melhor para dirigir nosso Município, mas as condições para isto não estão colocadas? Há clamor popular por uma mudança deste porte? Os próprios setores mais esclarecidos contribuíram para fomentar este novo tempo? Estou convencido, não.
Por isso a nossa tática ainda é a de ocupar espaços, e para isso precisamos construir uma unidade com os grupos ou grupo mais próximo do nosso pensamento e que permita uma real participação nossa no governo. Se até hoje isso não ocorreu – esta real participação nossa nos governos tradicionais em que ajudamos a eleger – o principal responsável somos nós mesmos por não sabermos atuar para este fim. Sempre nos dedicamos exclusivamente pela conquista do executivo, por exemplo, e deixamos de lado o poder legislativo, centro de controle do executivo se bem constituído por autênticos parlamentares.
Mudança real não se faz do dia para a noite, geralmente os movimentos que buscaram anteciparam situações contribuíram para retrocessos na política.
Terceira via, já vi, foi um fracasso. Tem sentido no momento? Peremptoriamente, não. Não há clamor para tal, e os próprios que gritam por ela no momento nada fizeram para que ela se viabilizasse.
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