quinta-feira, 14 de julho de 2011

Raimundo Marques Comenta Texto de Almir Moreira


Meu caro Almir Moreira

Lí seu lúcido comentário sobre a polarização das forças políticas em Chapadinha.  Recordei, com certa indignação nossa luta ao lado do Isaias. Concordo com sua análise. Foi isso mesmo o que aconteceu. Pelo que entendi você não encerrou o assunto. Inteligente e sagaz  imagino que você  alimentou o tema  - polarização e/ou terceira via – a espera de uma contestação ou de manifestações de concordância, como a que ora arrisco-me a fazer. E  por que penso assim? Porque faltou você analisar as causas da derrota da chapa que você engrandeceu como candidato a vice prefeito. Faltou você se reportar aos obstáculos da incompreensão e do egocentrismo que enfrentamos, da desorganização  e da falta de amor à verdade, da aversão   a qualquer tipo de compromisso com um projeto serio de administração para o  Município,  da falta de sensibilidade com o sofrimento das professoras, por exemplo, com  vários meses sem receber seus salários e que permaneceram  iludidas com a  a falsa promessa de solução desse problema, que é vital, até a última hora.

 É verdade, meu caro amigo e talentoso colega, que fomos xingados e até execrados em alguns momentos. Ainda hoje tenho dificuldades em explicar, como você tão bem o fez no seu comentário, o porque daquela aliança que quase derrotava o Carlos Henrique, acusado de infidelidade partidária pela então direção de seu partido, alinhado à candidatura adversária que terminou sagrando-se vitoriosa.

Concordo com você, 2012 se aproxima, rapidamente. A ameaça de um páreo polarizado existe. O prenúncio de um repeteco - Corintians e Palmeiras – se afigura possível.

Todavia, sente-se no ar, por onde se anda, que a tal polarização se tornou insuportável não só para alguns, mas para muitos. A constatação tem razão lógica, basta que se faça a seguinte indagação: a quem serviu esse antagonismo bilateral? Qual foi o ganho real do Município de Chapadinha, refiro-me ao seu desenvolvimento social, refiro-me às políticas públicas de saúde e de educação por exemplo, como anda o IDRH do Município?O que dizer das práticas administrativas no concernente ao erário? A Constituição Federal, a Carta Política CIDADÃ de Ulisses Guimarães, no seu artigo 31 §3º, preconiza a obrigatoriedade das contas públicas serem colocadas à disposição do povo, melhor dizendo, de qualquer contribuinte, para exame, apreciação e questionamentos, no prazo de 60 dias, esta exigência constitucional está sendo obedecida?

Enfim, caro Almir Moreira, desculpe o comentário. Restou evidente que o propósito não foi contestá-lo. Ao revés, quis e quero, talvez pretensiosamente, dar conseqüência ao que você tão sabiamente provocou. Deixo-lhe uma pergunta que espero não se inclua no rol das ingenuidades politicas: há espaço para uma terceira via?

Raimundo Ferreira Marques - Advogado

Um comentário:

Paulo Coêlho disse...

Oportuna as considerações feitas pelo Dr. Raimundo Marques, creio que os acontecimentos requerem o surgimento de uma terceira via sim, acredito também que uma cidade do porte de Chapadinha não pode ser alvo de cobiça, e sim objeto de um projeto político de responsabilidade, aliado a um projeto de governo capaz de atender as necessidades da população por parte dos que se dispuserem a administrá-la, pois a polarização existente hoje em Chapadinha nada é mais do que um jogo de interesses.
Portando se faz necessária a edição de uma terceira via, pautada em um projeto de governo, já que a polarização é atrelada a projetos de poder. E a sábia colocação do Dr. Almir Moreira nos mostra essa lacuna.
Paulo Coêlho - Pedagogo