A Denúncia é do jornalista Marco Aurélio D’Éça. Leia Abaixo.
Um comentário no post “Record vai rediscutir caso Décio…”, chamou a atenção do titular do blog, comentaristas, colegas jornalista e blogueiros, e até de gente de outros setores da sociedade maranhense, pelo tom suspeito e ameaçador das informações.
Trata-se das declarações do homem que se identificou por Geraldo Santos Melo.
Na tentativa de defender a apuração do caso Décio pela equipe do secretário Aluísio Mendes, Santos Melo revela o que pode ser uma tama de conspiração e investigações ilegais que põem em risco qualquer um que se atreva a questionar os métodos da SSP.
Pelo menos é o que se depreende do que diz o comentarista. Veja um trecho:
- Pois se quisessem [os delegados], bastava divulgarem 0,001% dos áudios colhidos que com certeza, diversos blogueiros mostrariam sua verdadeira face…Acordo para não divulgarem matérias em troca de benesses…Manuipulação de notícias….E casos particulares que desmonariam as famílias de quase toda a totalidade dos pseudos formadores de ou desinformadores de opinão virtual em nosso estado… - diz o comentarista.
Geraldo Melo mostra claramente que a polícia maranhense tem gravações de jornalistas, blogueiros – e, provavelmente, outras pessoas – que podem, segundo ele, comprometer qualquer um.
Mas de que forma estas gravações foram obtidas? Quem autorizou e com base em quê autorizou? E se são autorizadas, por quê a polícia não abriu investigação contra estas pessoas e até as prendeu?
A declaração do comentarista remete à uma questão levantada nos bastidores políticos desde a época em que o secretário de Segurança era o atual deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD): a de que existiria nos porões da SSP uma espécie de monitoramento de toda a sociedade maranhense. E que, ainda segundo a intepretação do comentário de Geraldo Melo, este grampo pode ser usado em chantagens, ameaças e intimidações.
O próprio Geraldo Melo tenta isentar a polícia ao dizer que os grampos não foram diretamente contra as pessoas, mas que elas “caíram de forma indireta” (termo usado por ele), “se comunicando com pessoas que estavam envolvidas, de alguma forma, com o crime de abril passado…”.
Não há dúvidas de que o secretário Aluísio Mendes tem obrigação de vir a público esclarecer esta história das gravações.
Mesmo que não tenham sido grampeados diretamente, se há jornalistas, deputados, blogueiros policiais ou quem quer que seja ligado “aos envolvidos no crime de abril passado…”, como garante Geraldo Melo, porque então a polícia não os indiciou?
Porque estas pessoas não aparecem no relatório da investigação?
Dentre tantas crônicas dos bastidores do caso Décio, há a história de que, irritado com as críticas da imprensa, Aluísio Mendes chegou a ameaçar prender um jornalista ou blogueiro. “Seria para dar exemplo”, segundo relatou a pelo menos dois jornalistas.
Só não levou sua vingança a cabo por que foi desautorizado pela governadora Roseana Sarney (PMDB).
Mas as revelações deste tal Geraldo Santos Melo – que pode ou não ser um fake; que pode ou não existir (mas seu IP está à disposição da polícia e da Justiça) – levam a crer que existem mais coisas do que se imagina por trás das investigações do caso Décio.
E se Aluísio Mendes – ou algum membro de sua equipe – usa estas informações não com interesses republicanos, mas apenas com o intuito de intimidar, ameaçar ou proteger quem quer que seja, devem também ser levados a dar explicações.
Sob pena de desmoralizar o próprio sistema de Segurança…
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