quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Maisena, Carnaval e Emergência...



Francamente não compartilho a noção “fundamentalista” de que o poder público não deva ter gasto com carnaval. Assim como James Galvão, em post anterior, vejo profunda contradição entre gastar com carnaval e decretar emergência, com foco em dispensa de licitação, dizendo que o decreto não diz respeito a área da cultura.  É como se diante da alegada crise, igual a que se esforçam para pintar, o governo não tivesse que concentrar esforços (inclusive recursos próprios) nos setores supostamente afetados.

Podemos discutir o viés cultural, comercial e até os efeitos deletérios do carnaval, sob aspectos de desagregação familiar, exploração e doenças sexuais e abuso de drogas, mas o debate agora é sobre a sensação de falsidade e objetivos impróprios do decreto. Pela “farra” do carnaval e outras coisas, como aquele amido de milho que chamamos de maisena, o engodo “está na pele, está no ar” e entrando nos olhos...    

Sobre o aspecto musical penso que o “forró elétrico” só piora o que estas bandas têm de ruim... Por isso carnaval pra mim é marchinhas, samba e até axé. Contra o argumento do modismo que deixa o poder público refém do mau gosto, temos contrapontos de peso como o bloco de sujo, o baile a fantasia e o carnaval de rua do entorno do Abrigo Central.

Mas quando se tem a oportunidade de corrigir rumos, em governo recém empossado, e opta-se pela mesmice, pode passar todo o mandato e botar o maestro da sinfônica de São Paulo como secretário que o “oxente music” vai continuar sendo tudo o que há de mais “muderno”.  

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