Francamente não compartilho a noção “fundamentalista”
de que o poder público não deva ter gasto com carnaval. Assim como James Galvão,
em post anterior, vejo profunda contradição entre gastar com carnaval e decretar
emergência, com foco em dispensa de licitação, dizendo que o decreto não diz
respeito a área da cultura. É como se diante
da alegada crise, igual a que se esforçam para pintar, o governo não tivesse que
concentrar esforços (inclusive recursos próprios) nos setores supostamente afetados.
Podemos discutir o viés cultural, comercial e até
os efeitos deletérios do carnaval, sob aspectos de desagregação familiar,
exploração e doenças sexuais e abuso de drogas, mas o debate agora é sobre a
sensação de falsidade e objetivos impróprios do decreto. Pela “farra” do
carnaval e outras coisas, como aquele amido de milho que chamamos de maisena, o
engodo “está na pele, está no ar” e entrando nos olhos...
Sobre o aspecto musical penso que o “forró elétrico”
só piora o que estas bandas têm de ruim... Por isso carnaval pra mim é
marchinhas, samba e até axé. Contra o argumento do modismo que deixa o poder
público refém do mau gosto, temos contrapontos de peso como o bloco de sujo, o
baile a fantasia e o carnaval de rua do entorno do Abrigo Central.
Mas quando se tem a oportunidade de corrigir rumos,
em governo recém empossado, e opta-se pela mesmice, pode passar todo o mandato
e botar o maestro da sinfônica de São Paulo como secretário que o “oxente music”
vai continuar sendo tudo o que há de mais “muderno”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário