Um policial
do Rio de Janeiro mirou num carro que pensava ser conduzido por bandidos e
acertou a jovem Haíssa Vargas Motta, de 22 anos de idade e sem antecedentes
criminais. O policial pensava tratar-se
de marginais no carro e se viu no direito de atirar. E ele não atirou sozinho.
Embora
todas as leis do País e procedimentos policiais proíbam o tipo de abordagem e
se objetivo fosse (como de regra) a prisão dos suspeitos, Haíssa estaria viva, a maioria da
população apoiaria se a vítima não fosse a moça inocente. Se alguém por acaso viesse
reclamar da ação contra um suposto meliante ouviria que “este pessoal dos
direitos humanos só sabe é defender bandidos”.
O sofrimento
causado pela violência e criminalidade está cegando a sociedade. Por
isso, mesmo reiterando que num confronto entre policiais e criminosos,
as baixas entre os últimos devam ser bem menos lamentadas que entre os
primeiros, não se deve conferir às polícias – por rasgados elogios ou
recompensas várias – a sensação de que fazem o certo em colocar a eliminação de
bandidos à frente da proteção de vidas.
Polícia
que tem prazer em matar, termina matando inocentes... Neste caso vale indagar a
quem interessar possa: a morte de 10 marginais vale o erro do fuzilamento de
uma jovem inocente? E se a pessoa confundida com bandido for da sua família, dá
pra relevar a falha?
Você
que costuma dizer que bandido bom é bandido morto e nem imagina a dificuldade
de se ter absoluta certeza quanto a ser ou não bandido, antes de reduzir os
direitos humanos ao grupo de pessoas e entidades que os defendem e de ignorar
as garantias individuais como normas legais protetoras e justas, saiba que o
policial que viu naquela menina um bandido bom para ser morto estava certo de sua confiança na avaliação dele e contava com seu irrestrito apoio. Você ajudou a
apertar aquele gatilho.
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