Lembram aquele escândalo em que Chapadinha
apareceu no noticiário como campeã nacional de lançamentos de dados
supostamente fraudulentos de procedimentos de pós-covid? Pois é... tem tudo para
ser cobrado na conta de servidores e auxiliares subalternos da secretaria
municipal de saúde.
Documentos obtidos pelo blog mostram que,
em dezembro de 2022, a prefeitura abriu procedimento administrativo contra os
servidores Antônio Farias Carvalho e Elizeu Silva Costa para apurar a fraude
contra o SUS.
A Prefeitura Municipal de Chapadinha
resolveu “instaurar processo administrativo disciplinar para apurar fatos
referentes a atos ilegais ou antieconômicos praticados pelos servidores”, diz o
artigo primeiro das portarias. Veja recorte abaixo.
De acordo com os levantamentos do Ministério
Público Federal e do DATASUS Chapadinha apareceu liderando inserções de dados
suspeitos no sistema do Ministério da Saúde em mais de 200 mil supostos
atendimentos de pós-covid em 5 meses e tendo faturado 3,9 milhões com o esquema.
“O município informou ao SUS, de
janeiro a maio deste ano, sempre o mesmo total de atendimentos de reabilitação
cardiorrespiratória de covid: 7.860. Esse tipo de padronização nos números,
sempre múltiplos de dez, também aparece em outras cidades maranhenses”, disse
matéria do OUL na época, destacando que Chapadinha tem 80 mil habitantes contra
os alegados 200 mil atendimentos.
Com a Polícia Federal na cola, fica evidente a manobra da
prefeitura e da secretaria de saúde em responsabilizar funcionários sem poder decisão
pela fraude, mas a narrativa vai ter dificuldade para demonstrar qual o benefício
dos servidores com a inserção de dados fictícios e quanto dos quase 4 milhões
que entraram nos cofres do Fundo Municipal de Saúde, por conta das inserções, teriam
parado nas contas dos servidores.
Recorte das Portarias, Clique em Cima pra Ampliar |
A secretaria de comunicação da
prefeitura não responde aos nossos pedidos de pronunciamento. Mandamos reiteradas
mensagens ao secretário Alberto Carlos pedindo o contato dos servidores e
posição sobre o caso, não obtivemos resposta. Tentamos contato com os
servidores citados, não tivemos sucesso, mas continuamos abertos e interessados
em ouvi-los.
No fim, ao se apressarem para responsabilizar terceiros, a prefeita Belezinha e secretário de saúde Alberto Carlos acabaram admitindo, de forma oficial, o que já era inegável pelo conjunto dos fatos.
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