terça-feira, 14 de junho de 2011

A Lógica da Política


 
Por: Almir Moreira - Advogado

A política tem uma lógica cruel: o espaço vazio é sempre preenchido, quer seja conquistado ou dado de bandeja. Recentemente, quando da primeira eleição de Magno Bacelar as oposições resolveram lhe conceder apoio irrestrito, era o vale tudo para derrotar o prefeito de então, Isaias Fortes. Foram buscar Magno no parlamento estadual e o fizeram seu messias. Só com ele ganhavam, avaliavam. Todo o patrimônio político da oposição do dia para noite, construído as duras penas foi doado a esse candidato. Qualquer dificuldade, sem discussão se resolvia sob essa premissa, tudo era válido para derrotar o ex-prefeito. Antonio Pontes, Sebastião Pinheiro, Leal, Zé Almeida, movimentos sociais organizados entregaram tudo a Magno, não deu outra ele ocupou todo o espaço político e virou situação à custa de todo esse patrimônio ganho de graça, sem suor e lágrimas. Virou prefeito e muito mais, virou o líder deste grupo, virou o único com poder de votos, virou o único com direito de decidir. Quem foram os responsáveis? Já disse todos os elencados acima e mais alguns. Magno fez certo ou errado? Nem uma coisa, nem outra se moveu consoante a lógica da política, lhe deram o espaço ele ocupou.

Pois esta lógica agora pode se voltar para o maior líder da oposição, Isaias Fortes, caso venha apoiar candidatura estranha ao seu ninho político. Caso não seja ele próprio o candidato ou gente umbilicalmente vinculada a si, como esposa e filhos, por exemplo, todos testados e aprovados politicamente no seu meio. Político popular, carismático e detentor de parcela significativa de votos a despeito de fora do poder há mais de década resiste a tudo. Vence na derrota desde quando deixou o poder ao ponto de até fazer o considerado mais difícil na política, transferir votos. Dono insofismável de patrimônio político invejável desses que cabe qualquer um apostar corre sério risco de vê seu patrimônio político ser transferido a outrem, e não me venha com essa história de lealdade não se trata disso, essa transferência é um processo natural. Pode ele ajudar, e no momento sem ajuda dele ninguém na oposição vai a lugar nenhum, mas no final uma coisa é certa seu status político não será mais o mesmo, seu eventual novo eleito é quem descambará para liderar, os exemplos são muitos. É uma coisa natural. Há muito que tirar lição da história, afinal do dialogo com o passado é que se projeta o futuro, mas repito o falecido político do Maranhão, Vitorino Freire: “como o galho não é meu não tenho nada a ver com o macaco” Fica aqui só a minha modéstia impressão.

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