segunda-feira, 6 de junho de 2011

Maranhão: TSE Entre os Dois Pesos da Dúvida e Todas as Medidas Suspeitas do Tráfico de Influência


Em artigo recente, o ex-governador José Reinaldo afirma que o recurso contra expedição de diploma proposto por ele contra Roseana Sarney é exatamente o mesmo tipo de ação que levou à cassação de Jackson Lago.
O texto lembra que o ex-governador Jackson foi cassado por abuso de poder político por haver participado de evento do governo quando o próprio Reinaldo Tavares assinou convênio de R$ 1 milhão com a Prefeitura de Codó em meio de um total de R$ 280 milhões denunciados no processo contra Jackson.
José Reinaldo fala, mais adiante de práticas de abuso de poder nas eleições do ano passado.
Antes de tratar disso, lembro de um episódio testemunhado por mim nas eleições de 2002, quando Reinaldo era nome do grupo Sarney contra o Dr. Jackson.
Numa reunião no Aldeota Clube de Chapadinha, a então primeira-dama Alexandre Tavares distribuía prêmios que iam de corte de tecido a TV em cores, não sem antes pedir a retribuição em votos para o marido; tudo filmado e registrado. Obtive uma cópia da fita, denuncie na imprensa local e mandei a gravação para os advogados da oposição que não deram muita importância.
Hoje sei que – como manda a lei eleitoral, a prova de abuso tem que ser robusta e com substancia para alterar o resultado. Mas, insisto neste fato, pois, entre os eletrodomésticos do Aldeota Clube e os convênios milionários, a compra de votos é prática reiterada e quase universal nos costumes políticos maranhenses. 
Voltando a Zé Reinaldo.
Ele afirma ter incluído provas no processo de que foram liberados, em forma de convênios, pelo governo Roseana Sarney mais de R$ 400 milhões a prefeituras e associações, em 2010.  
Em tom confessional José Reinaldo diz que “resta claríssimo que a ação que propus reúne os mesmos elementos que levaram o TSE a cassar o ex-governador Jackson Lago, só que em uma dose bem maior, pois utilizou-se em convênios quase o dobro dos valores alegados naquela”, arremata.
Segundo o ex-governador, “nos corredores do TSE, em Brasília, todos os advogados que já viram o processo dizem que só há um jeito para Roseana Sarney escapar da cassação: é conseguindo que o seu processo não seja julgado”.
A cidadania maranhense exige esse julgamento, pois, entre os vícios dos políticos locais, se a balança da Suprema Corte Eleitoral do País continuar oscilando entre os dois pesos da dúvida e todas as medidas suspeitas do tráfico de influência, a palavra justiça nunca será aqui mais que um vocábulo roto.

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