Por:
Almir Moreira - Advogado
Natal,
jóia. A mesma história. Ceia farta para quem pode presentes para quem pode.
Instante de aparente piedade, tolerância e solidariedade. Data dogmática tão
passível de combate como os dogmas combatidos por Jesus, o ser lembrado nela. A
responsabilidade individual exaltada nos ensinamentos dele quanto a renovação
interior como condicionante ao futuro de cada um ultrapassa qualquer dogma,
rito, cerimônia ou suntuosidade dos locais de adoração. Afinal, disse mais ou
menos assim em relação ao Templo de Jerusalém, por exemplo: “aqui não ficará
pedra sobre pedra, mais as minhas palavras não passarão”. Disse mais: “não é o
que entra pela boca que faz mal, mas o que sai do coração”. E sobre uma ruma de
mandamentos, deu de ombros e sentenciou: “amar a Deus acima de todas as coisas
e ao próximo como a si mesmo, este é o novo mandamento”. Tchau, disse tudo. O
que edifica é a prática do bem, a fé na eterna renovação da alma e não a adesão
ou submissão incondicional a dogmas.
A
fé na elevação e renovação do nosso espirito na busca pela salvação é
a base dos ensinamentos do Cristo, desde que a prática do bem ou a caridade,
estes sim, atributos de Deus, sejam exercidos na sua plenitude. Sem a
compreensão disso, estamos mais perto espiritualmente do homem da antiguidade,
que por não ter compreensão da dinâmica da natureza física e espiritual que o
cercava vivia praticando o sacrifício como forma de amar ou respeitar a Deus.
Arvore
de Natal, presépio, presentes, mesa farta, são insignificantes diante da
dimensão do ensinado por Jesus. Não nos esqueçamos do ferrenho combate a
hipocrisia feito por ele contra parte de setores do judaísmo; corriqueiramente
questionado por comer com pecadores, infringir a lei do sábado, expulsar
vendilhões do templo, praticar a cura, incentivar a prática do bem, sempre se
voltava contra os formalismos.
Natal
é muito mais do que isso ensinado pela tradição. Natal é sempre a lembrança da
renovação do espírito mediante fé na caridade ensinada por Jesus, porque a
caridade está ao alcance de todos independente de patrão político, econômico ou
religioso, não é à toa que para Deus não há acepção de pessoas. Feliz natal.
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