O
velho Montesquieu – o cara cuja noção de separação de poderes (em executivo,
legislativo e judiciário) as liberdades humanas agradecem até hoje – alertava
que “todo aquele que dispõe de poder tem a tendência natural de dele abusar”.
Vem de tal tradução filosófica, a construção de uma coisa tão simples quanto essencial
na vida em sociedade: o direito de exercer oposição a ideias e governos.
Até nosso
oligarca Vitorino Freire sacava a importância do contraponto, quando asseverava
que “oposição é como grama de jardim: tem direito de existir, mas não se pode
deixar crescer”.
Aqui
em Chapadinha tem gente sentindo calafrios porque alguém declarou pretender fazer
“oposição ferrenha” ao próximo governo. Estranhar, criminalizar ou temer tal
manifestação é esquecer a regra democrática que coloca quem perde eleições (e,
por consequência, o mando) na obrigação de fiscalizar o exercício do poder como
freio ou contrapeso daquela tendência alertada acima.
Ora,
fazer oposição é papel de quem não faz parte do governo. Quem chega recente ao governo cabe
tirar de seu inflexível e fácil combate do lado de fora, as lições para fazer o
certo e podar democraticamente a margem de crítica do oponente.
Entre a opereta de Montesquieu e a toada de bumba-boi do Vitorino, se futuro governo
for um pouco melhor que o atual e a oposição vindoura um bocadinho mais
racional e propositiva, Chapadinha vai ficar “diboa” no som do funk: “cada um
no seu quadrado”!
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