Do
Boletim da Paróquia de Chapadinha
"A
paróquia não é formada por cristãos clandestinos, vivendo sua fé na
privacidade, restringindo sua vivência apenas ao interior dos templos. Embora
corrompido pelas vagas de tolerância e pusilanimidade que o mundo de hoje, tão
prodigamente, nos envia, sentimo-nos comprometidos com o templo do espaço
social onde se joga o destino dos homens. Se assim não fosse, se ser cristão
fosse só rezar levantando as mãos para o céu, era fácil demais. Não podemos
viver em silêncio covarde. Deus existe e deu-nos o mandamento do amor. Para
viver profundamente unidos a Ele, temos que viver comprometidamente unidos
a nossos irmãos. Queremos e exigimos que nossa fé ajude a construir o Reino de
Deus na cidade humana. E ninguém nos exija eterna paciência no presente à
espera do que poderá vir a acontecer, por hipótese, no futuro. O Evangelho não
é sedativo para sonos tranqüilos. (Também não é força guerrilheira!). Mas
queremos que seja compromisso gerador de colaboração amiga para o bem de
todos.
Há
anos que Chapadinha vive em certa letargia. O desastre que é ser pisado,
pretensiosamente enganado... indigna. (Para não dizer: revolta-nos!). Pelo
menos a mim. Mas a experiência do desprezo só é desastrosa quando desmobiliza.
Se inquieta, é benéfica, porque geradora de coragem e criatividade. Não podemos
estacionar no impossível. Não somos adeptos da imbecilidade. Não queremos
que ninguém nos reduza a peças de uma engrenagem de enriquecer alguém,
supostamente bem privilegiado. O tempo é uma escola preciosa onde temos que
aprender a lição da dignidade, do dever cumprido e de uma vida saudável. Não
queiram que a Igreja viva desinteressada ao lado de multidões perturbadas que
transitam a seu lado. Os tempos mudaram e hoje já não é possível enganar todo o
povo por todo o tempo.
Vem
isto a propósito de notícias que surgem sobre o que acontece em Chapadinha.
Chutam de um lado, chutam de outro e alguns acertam no gol. Há coisas que são
comprovadas a olho nu. Não é preciso lupa grossa para nos apercebermos de irregularidades
graves que comprometem o futuro desta terra que queremos mais bela não só no
letreiro do carro de lixo, mas na realidade. Temos sido penalizados por uma
maneira de governar centralizadora, oportunista e descarada. Quem governava
pensava que sabia demais e dispensava a participação. Uma ou duas pessoas
resumiam tudo e todos. E poucas vozes discordantes se levantaram. Talvez para
ser possível perpetuar o disparate quando lá chegassem. Só que isso não vai
acontecer. Não aceitamos continuar. Como está, está mal. A dissonância também é
música. Mas tem que tender à afinação. Senão não há quem agüente. E, como está,
prevê-se que fique cada vez pior. Amanhã pode ser tarde demais.
O
grupo administrativo atual está terrivelmente desunido. E sem assessoria
inteligente. Não é novidade para ninguém. Dá a idéia de um grupo de ratos a ver
quem mais tira. Sabemos que a medida do ter nunca foi cheia. Uns nomeiam quem
lhes apetece para garantir votos. Outros têm a “política do funil” em que tudo
tem uma direção certa que é o lucro individual. E com toda a rapidez. Sem
demora. Desde já.
Assim
não se pode continuar, senhores! Haja quem mande e obedeça quem deve. E fora
com pretensões exageradas que só estão a prejudicar. Temos que refletir duas
coisas: A Prefeitura ainda não foi a leilão e, por isso, ainda não pode ser
considerada propriedade privada. Uma coisa. Outra: política não dá poder. Dá
energia para o conquistar. E conquista-o quem tem a maioria dos votos. Poder só
vem por delegação do povo, origem do poder. E o povo não deu poder a duas
pessoas. Só a uma. O resto é usurpação. Ponto final."
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