quarta-feira, 22 de maio de 2013

Bolsa Família: Do Boato ao Fato



"Que a Polícia Federal consiga – e quando quer consegue – identificar a origem do boato criminoso de que o maior programa de transferência de renda da história do país, o Bolsa Família, seria suspenso.

Entretanto, o objetivo deste post é menos o boato em si e mais o fato deste programa ter se tornado uma espécie “cláusula pétrea” das políticas sociais ora em curso neste país.

O convulsão social causada no último sábado por conta da boataria de que o Bolsa Família estava chegando ao fim serviu, ainda que de forma lamentável, para que a nação tivesse a ideia da dimensão da importância do benefício para os setores mais pobres da sociedade brasileira – tanto dos centros urbanos quanto do interior.

São 13 milhões de famílias (aproximadamente 50 milhões de brasileiros) que têm o direito de fazer compras com benefícios que variam entre R$ 32 a R$ 306 garantidos por um orçamento de quase 25 bilhões de reais!

Trata-se de um exército popular que não abre mão desse benefício criado no governo do presidente Lula. Mexer no Bolsa Família é cutucar o fiofó da morte, daí o desespero dos setores conservadores da política e da imprensa brasileiras que nunca engoliram o sucesso do programa, não por razões sociais, mas pelo o que ele representa política e eleitoralmente para o PT e aliados.

Contudo, até um programa necessário e fundamental para os mais pobres dos brasileiros, como é o caso do Bolsa Família, traz consigo um gene “negativo”, aliás, como tudo nada vida.

A correria do povo às agências da Caixa Econômica poderia servir para uma reflexão republicana e patriótica sobre como o país irá premiar aqueles que deixarem o Bolsa Família, não porque o programa será reduzido ou extinto por um governo qualquer, mas porque o ex-bolsista passou a ser um microempreendedor individual, um pequeno comerciante, um autônomo, enfim, passará a ter uma renda a partir de um trabalho produtivo.

O ideal seria que a cada mensagem de fim de ano, a presidenta Dilma aparecesse na telinha e no rádio para dizer que tantos mil brasileiros deixaram o Bolsa Família e passarem a compor a parcela da População Economicamente Ativa, deixando a vaga deles de “bolsista” para outros que ano após ano iriam diminuir de número.

Um governo que projeta um país cada vez melhor, mais justo socialmente e desenvolvido economicamente, não pode ficar comemorando para a sempre o crescimento do número de famílias que eventualmente são atendidas pelo Bolsa Família a cada virada de ano.

É a opinião do Blog do Robert Lobato que o Blog do Alexandre Pinheiro compartilha. 

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