"Que
a Polícia Federal consiga – e quando quer consegue – identificar a origem do
boato criminoso de que o maior programa de transferência de renda da história
do país, o Bolsa Família, seria suspenso.
Entretanto,
o objetivo deste post é menos o boato em si e mais o fato deste programa ter se
tornado uma espécie “cláusula pétrea” das políticas sociais ora em curso neste
país.
O
convulsão social causada no último sábado por conta da boataria de que o Bolsa
Família estava chegando ao fim serviu, ainda que de forma lamentável, para que
a nação tivesse a ideia da dimensão da importância do benefício para os setores
mais pobres da sociedade brasileira – tanto dos centros urbanos quanto do
interior.
São
13 milhões de famílias (aproximadamente 50 milhões de brasileiros) que têm o
direito de fazer compras com benefícios que variam entre R$ 32 a R$ 306
garantidos por um orçamento de quase 25 bilhões de reais!
Trata-se
de um exército popular que não abre mão desse benefício criado no governo do
presidente Lula. Mexer no Bolsa Família é cutucar o fiofó da morte, daí o
desespero dos setores conservadores da política e da imprensa brasileiras que
nunca engoliram o sucesso do programa, não por razões sociais, mas pelo o que
ele representa política e eleitoralmente para o PT e aliados.
Contudo,
até um programa necessário e fundamental para os mais pobres dos brasileiros,
como é o caso do Bolsa Família, traz consigo um gene “negativo”, aliás, como
tudo nada vida.
A
correria do povo às agências da Caixa Econômica poderia servir para uma
reflexão republicana e patriótica sobre como o país irá premiar aqueles que
deixarem o Bolsa Família, não porque o programa será reduzido ou extinto por um
governo qualquer, mas porque o ex-bolsista passou a ser um microempreendedor
individual, um pequeno comerciante, um autônomo, enfim, passará a ter uma
renda a partir de um trabalho produtivo.
O
ideal seria que a cada mensagem de fim de ano, a presidenta Dilma aparecesse na
telinha e no rádio para dizer que tantos mil brasileiros deixaram o Bolsa
Família e passarem a compor a parcela da População Economicamente Ativa,
deixando a vaga deles de “bolsista” para outros que ano após ano iriam diminuir
de número.
Um
governo que projeta um país cada vez melhor, mais justo socialmente e
desenvolvido economicamente, não pode ficar comemorando para a sempre
o crescimento do número de famílias que eventualmente são atendidas
pelo Bolsa Família a cada virada de ano.
É a
opinião do Blog do Robert Lobato que o Blog do Alexandre Pinheiro compartilha.
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