quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sair do PT pra Caminhar de Cabeça Erguida


Seguindo o exemplo do petista histórico Chico da Cohab um grupo de militantes escolheu a próxima sexta-feira (29) como data para deixar o Partido dos Trabalhadores. Como refundador do PT em Chapadinha no final dos anos 80, período em que sequer tinha idade para ter filiação ou mesmo votar, a percepção de que o Partido de Lula hoje é mera legenda negociável e que ali – como enumerarei adiante – não há mais respeito às regras nem como se travar um embate interno democrático, me impõe – com tristeza – seguir os companheiros pelos motivos (recentes) que destaco apenas alguns adiante.

60 Rejeitados Locais
A direção partidária de Chapadinha, depois de receber cerca de 80 filiados formados em grande parte por contratados da prefeitura, rejeitou 60 novas filiações propostas pela ala petista que faz oposição ao governo da dona Belezinha. Entre estes 60 havia vários militantes históricos como o João Taboca, integrante de grupo de jovens da Igreja e que nos anos 80, também sem idade legal de se filiar, ajudou a fundar o PT. João foi a uma plenária onde lamentou a injustiça e obteve pedido de desculpas de parte da executiva. Mas a exclusão não foi revista. Para se obter uma vitória desrespeitaram João Taboca e vários outros companheiros.

Quem Manda é o Sarney
De 2010 até o hoje, tocado pela mão de ferro do diretório nacional, o PT do Maranhão não é mais que um braço do grupo Sarney. Os exemplos são inúmeros: decidimos apoiar Flávio Dino em 2010 e teve virada de mesa em nível nacional, o segundo turno legítimo do PED deste ano negado pelo diretório... Maioria pra que se impera a vontade do Sarney.

Macaxeira no TCE
Entre todas as passagens da vassalagem petista ao grupo Sarney a mais acintosa é a indicação de Washington Luís ao TCE depois de jurar em todos canto, na época do PED, que jamais aceitaria entrar nessa trama. Ao renunciar à vice para pegar cargo vitalício na corte de contas Washington abriu caminho para uma eventual candidatura de Roseana ao senado, para Luís Fernando virar governador de forma indireta e impediu o PT de comandar o estado por quase um ano. É preciso dizer mais alguma coisa para fazer entender que este não é mais o PT porta-voz das lutas? 

Pior de tudo é que nem partido pragmático consegue ser: quando poderia assumir o governo estadual, trocou a possibilidade por cargo vitalício de um único “militante”.

Tô Fora
Por estas e por outras saio junto com outros companheiros. É hora de debater a procura de um novo rumo. Vamos buscar outros instrumentos que reafirmem nossos compromissos com a organização popular na cidade e no campo. Que nos permita continuar a luta por mudanças neste Maranhão dominado por uma das mais antigas e implacáveis oligarquias e cujos indicadores sociais são pra lá de vexatórios.

Aos de luta que permanecem no PT, digo que a luta é maior que os partidos e em assim sendo continuamos companheiros. Já à militância que busca um novo caminho, a certeza de ser feliz em caminhar de cabeça erguida. 

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