Seguindo
o exemplo do petista histórico Chico da Cohab um grupo de militantes escolheu a
próxima sexta-feira (29) como data para deixar o Partido dos Trabalhadores. Como
refundador do PT em Chapadinha no final dos anos 80, período em que sequer tinha idade para
ter filiação ou mesmo votar, a percepção de que o Partido de Lula hoje é mera
legenda negociável e que ali – como enumerarei adiante – não há mais respeito
às regras nem como se travar um embate interno democrático, me impõe – com tristeza
– seguir os companheiros pelos motivos (recentes) que destaco apenas alguns adiante.
60
Rejeitados Locais
A
direção partidária de Chapadinha, depois de receber cerca de 80 filiados
formados em grande parte por contratados da prefeitura, rejeitou 60 novas filiações
propostas pela ala petista que faz oposição ao governo da dona Belezinha. Entre
estes 60 havia vários militantes históricos como o João Taboca, integrante de
grupo de jovens da Igreja e que nos anos 80, também sem idade legal de se
filiar, ajudou a fundar o PT. João foi a uma plenária onde lamentou a injustiça
e obteve pedido de desculpas de parte da executiva. Mas a exclusão não foi revista.
Para se obter uma vitória desrespeitaram João Taboca e vários outros
companheiros.
Quem
Manda é o Sarney
De 2010
até o hoje, tocado pela mão de ferro do diretório nacional, o PT do Maranhão
não é mais que um braço do grupo Sarney. Os exemplos são inúmeros: decidimos
apoiar Flávio Dino em 2010 e teve virada de mesa em nível nacional, o segundo
turno legítimo do PED deste ano negado pelo diretório... Maioria pra que se
impera a vontade do Sarney.
Macaxeira
no TCE
Entre
todas as passagens da vassalagem petista ao grupo Sarney a mais acintosa é a
indicação de Washington Luís ao TCE depois de jurar em todos canto, na época
do PED, que jamais aceitaria entrar nessa trama. Ao renunciar à vice para pegar
cargo vitalício na corte de contas Washington abriu caminho para uma eventual
candidatura de Roseana ao senado, para Luís Fernando virar governador de forma
indireta e impediu o PT de comandar o estado por quase um ano. É preciso dizer
mais alguma coisa para fazer entender que este não é mais o PT porta-voz das
lutas?
Pior
de tudo é que nem partido pragmático consegue ser: quando poderia assumir o
governo estadual, trocou a possibilidade por cargo vitalício de um único “militante”.
Tô
Fora
Por
estas e por outras saio junto com outros companheiros. É hora de debater a
procura de um novo rumo. Vamos buscar outros instrumentos que reafirmem nossos
compromissos com a organização popular na cidade e no campo. Que nos permita continuar
a luta por mudanças neste Maranhão dominado por uma das mais antigas e
implacáveis oligarquias e cujos indicadores sociais são pra lá de vexatórios.
Aos de
luta que permanecem no PT, digo que a luta é maior que os partidos e em assim
sendo continuamos companheiros. Já à militância que busca um novo caminho, a certeza
de ser feliz em caminhar de cabeça erguida.
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