Por Carlos Gaby
(http://prensaitz.blogspot.com.br)
A campanha de Edinho Lobão não existe
mais em Imperatriz. Desde o começo da disputa eleitoral, o comitê do candidato
da família Sarney enfrenta motins e protestos das equipes de rua e de
motoristas de carros de som por falta de pagamento. Por várias vezes, o comando
do comitê teve de acionar a Polícia para acalmar os ânimos dos trabalhadores e
evitar quebra-quebra.
O comitê fechou as portas
definitivamente e somente membros da coordenação podem entrar em suas
dependências.
Na no final da tarde de ontem (segunda,
29), duas viaturas da Polícia Militar foram chamadas para conter um início de
tumulto no comitê, que fica localizado na rua Coronel Manoel Bandeira, próximo
à Praça da Cultura, na parte antiga de Imperatriz. Trabalhadores da campanha
tentavam obter alguma informação. O clima ficou tenso e houve ameaça de invasão
e depredação do prédio.
Líderes de equipes de rua revelam que
dezenas de pessoas que trabalham para Edinho abandonaram a campanha sem receber
pagamentos. Muitas estão retornando todos os dias ao comitê sob a promessa de
que irão receber os atrasados até a eleição, domingo dia 5. Mas não é o que
está ocorrendo. Mesmo os que estão sendo pagos, não estão recebendo
integralmente.
Segundo relatos, há grupos que ainda
não receberam a quinzena e pelo menos um não vê o dinheiro de seu trabalho tem
mais de um mês. A revolta é geral.
Os carros de som estão sem circular
tem cerca de vinte dias por falta de combustível. Proprietários dos veículos
também não receberam o pagamento da locação dos carros. Os motoristas também
não receberam os salários atrasados.
Vídeo
Nos bastidores, integrantes da equipe
de coordenadores do comitê reclamam do “desprezo” por parte do comando central
em São Luís. O desânimo é visível. Vários abandonaram suas funções e outros
admitem abertamente a derrota de Edinho – em Imperatriz, Flávio Dino deve obter
grande votação, impondo uma vergonhosa derrota ao candidato da família Sarney.
Em um vídeo gravado de um celular e
vazado nas redes sociais, uma funcionária do comitê tentar acalmar mulheres que
trabalhavam nas equipes de rua. Ela admite que as equipes da coordenação estão
“sofrendo a mesma pressão” e diz que não que também “nunca nenhum um centavo”
desde o início da campanha.
Revela que “a gente não estava
trabalhando aqui no comitê” e tenta justificar: “Mas a gente tava trabalhando
para fechar as contas, para saber quanto que tinha para pagar até o final da
campanha, quanto que a gente tem passar pra lá [o comando central em São Luís]
pra saber quanto eles vão mandar. E a gente não tem outra coisa pra dizer…
Estou aqui dando meu sangue. Minha casa e minha vida tá toda por conta. Eu
nunca recebi um centavo até hoje, e eu não sou candidata a nada, eu sou uma
pessoa comum como vocês. Uma mãe de família comum como vocês, que tem contas a
pagar, que tem serviço a prestar. Então eu sei que é difícil, que as palavras
não vão encher barriga, que palavra não vai pagar contar”.
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