A
edição de hoje (15) do Jornal O Globo, traz matéria informando
que o Superior Tribunal de Justiça – STJ, deve decidir nos próximos dias
se abre inquérito contra a governadora Roseana Sarney e a
cúpula do governo do Maranhão, acusados de receber propina de
R$ 6 milhões para a liberação de precatórios de R$ 120 milhões para
as construtoras UTC e Constran.
Desde que as acusações contra Roseana
se agravaram, ela insiste em uma espécie de itinerância sub-oficial pelo
interior do Estado. Em tom de despedida, Roseana repete por onde passa que que
fez um bom governo e que continuará ao lado dos maranhenses, ainda que
sem mandato a partir de 2015.
Aparentando não ter se conformado com
a inevitabilidade do fim de seu governo, Roseana já não pede mais votos para
Edinho, tenta apenas justificar-se. Em Icatu, a governadora teve que ouvir um
rosário de reclamações de uma moradora cansada de promessas. Alternando o
silêncio resignado e justificativas pronunciadas em um tom de voz pouco usual,
Roseana parecia cansada.
A volta da crise interminável na
penitenciária de Pedrinhas, com fugas de dezenas de presos, assassinatos e
prisão do diretor da casa de detenção do presídio, mostram que o governo não
tem capacidade de reação e pior: evidenciam que a governadora Roseana, na
verdade, empurrou o Estado para um abismo que levou junto a carreira da própria
governante.
Acuada pela Polícia Federal, abatida
pela impossibilidade de lançar um candidato ao governo que fosse competitivo e
enfrentando crises que vem de todos os lados, é provável que a esta altura,
Roseana prefira vislumbrar sobre seu futuro, mas o futuro também não lhe parece
acolhedor.
Se o STJ decidir abrir processo
contra a ainda governadora, isso significa que Roseana responderá pelas
acusações sem a proteção do foro privilegiado. Em um país que passa por
profundas transformações no comportamento da Justiça em relação a crimes de
colarinho branco, isso significa que num futuro não tão distante, a guerreira
poderá ir para as grades.
Aos amigos, Roseana confidenciou que
pretende morar em Miami com a família e o marido, mas se tiver que responder
por crimes contra os cofres públicos, em vez de residência, Miami poderá ser o
destino da fuga.
Em 2010, quando “venceu perdendo” a
eleição para o quarto mandato, Roseana justificava-se ao povo já cansado de sua
presença no Palácio, repetindo que iria fazer o melhor governo de sua vida. Os
anos mostraram que foi o pior e mais deprimente governo que já passou na
história do Maranhão contemporâneo. E Roseana sairá de cena sozinha, acuada e
com a certeza dos maranhenses de que já vai tarde.
Como diria Lima Barreto, triste fim.
Por Lígia Teixeira
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