terça-feira, 30 de maio de 2023

A Câmara e o Peso de Sua Depravação Institucional


 

A parte mais visível da degradação da Câmara Municipal de Chapadinha são os discursos com xingamentos e ataques pessoais entre vereadores. Mas sobre isso falo depois, porque no Palácio Francisco Almeida Carneiro a decadência é até mais grave.  

Vejamos as últimas sessões: na quinta-feira da semana passada a prefeitura manda um Projeto de Lei, minutos antes de começar os trabalhos, quando o regimento estabelece o prazo mínimo de 24 horas; hoje o parlamento municipal aprovou autorização de alienação de imóvel, com avaliação risível e argumentos piores que o preço sugerido.

Admitido por falas de vereadores de governo e oposição, a Câmara aprova um projeto sem ler, quando algum parlamentar poderia (ao menos) ter feito aquela leitura porca e mecânica como o fazem com as atas de sessões anteriores, enquanto os demais colegas igualmente fingiriam escutar.

No Projeto da Venda do Imóvel, os vereadores poderiam aumentar o valor, amarrar garantias sobre o destino do dinheiro, mas não. Preferiram aprovar como veio. Chegaram a dizer que iriam emendar para ver se o valor inicial chegava a pelo menos 1 milhão, mas de novo não: a vontade imperial ou a urgência de liquidar um negócio que pode ter de tudo menos interesse público prevaleceram.

Sem falar no papelão da CPI do Fantástico com a chantagem explícita de outra investigação contra a oposição, com desistência da intimidação que não funcionou, do bate-boca generalizado de vereadores e advogados em comissões e – pra fechar – a patetice do presidente colocar em votação a CPI, abrir para a discussão e depois desistir da apreciação.

 Agora o leitor pode me perguntar sobre as baixarias e ofensas, no que respondo: elas são apenas a manifestação negativa de um fenômeno anterior. São como chama que queima na pele dos vereadores individualmente, mas que tem como combustível a perda coletiva da independência daquele PODER.

Os demais vereadores podem abrir o bueiro verbal que bem entenderem e até trocar socos, mas nenhum deles vai conseguir depravar institucionalmente tanto a Câmara quanto o presidente Antonio Tote, com a sua subserviência absoluta e arrogante.     

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