segunda-feira, 13 de junho de 2011

Danúbia e o Silêncio que Condena


No direito toda alegação da parte autora deve ser frontalmente repelida na contestação do réu sob pena de tornar incontroverso o tal fato alegado que – grosso modo – passa a ser considerado verdadeiro pelo juiz. No papo de esquina, pode-se traduzir por: passou batido!  

Na vida pública isso também acaba acontecendo. Enquanto algumas autoridades confrontadas com denúncias apostam no esquecimento, sem apresentar sua versão, a opinião pública vai acumulando informações e forjando o conceito acerca dessa figura pública. 

Chapadinha tem sido pródiga na falta de satisfação dos gestores em questionamentos muito pertinentes. Da época do ex-prefeito Isaías até hoje, não raros os momentos de apagão de informações dos ocupantes do cargo maior do município. 

Isaías tem – entre outras mazelas – o atraso de até 9 meses de salários que deixou no término de governo, sem ter ao menos tentado justificar os motivos ou sequer falar sobre o assunto até os dias atuais. Nunca se ouviu dele qualquer explicação a respeito. 

O governo atual já se acumula silente sobre muitas indagações. Só nos últimos dias temos o Abono Salarial pretendido pelos professores e pago na maioria dos municípios; a contratação sem licitação de uma empresa para realização de show por 200 mil reais, contra o preço de mercado que não chega à metade disso; criança velada viva; nepotismo... 

Aqui, abre-se um parênteses para distinguir o perfil dos seguidores de Isaías,  indiferentes ao confronto ético ou às contradições administrativas do líder, para os demais eleitores ligados, criteriosos, exigentes e que fazem uma falta danada em disputas que se definem por margem nunca superior a dois pontos percentuais, como tem acontecido em Chapadinha nos últimos pleitos.   

Considero que a prefeita Danúbia tem o mérito de não ter perdido a iniciativa. As mudanças que vem implantando no trânsito são exemplo disso, e, embora setores mais ranhetas da oposição não vejam, o que se passa neste setor é um verdadeiro choque de organização e urbanidade.   

De outra parte, há inúmeros problemas a espera de solução e outro tanto de acontecimentos no aguardo de pronunciamento. Pode ser, contudo, que a prefeita tenha e guarde explicações satisfatórias, mas ao preferir o silêncio – tendo ainda, com efeito, obrigação legal de prestar contas – gera no inconsciente popular a incontrovertida tendência de ser condenada no veredicto das urnas em 2012.        

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