São Luís Começa o Ano Com Falta D’água

Ficar sem água tratada logo na virada do ano foi um teste de paciência e habilidade de administrar situações críticas e inesperadas. No último sábado, véspera do ano novo  a maioria dos ludovicenses tiveram que dividir suas atenções entre os preparativos para a festa e o abastecimento improvisado de água em residências e estabelecimentos comerciais.

Com o deficitário abastecimento d'águas em São Luís há muito tempo, os moradores convivem com o rodízio. Programam-se para encher os reservatórios no dia de água, pois sabem que nas próximas 24 horas não terão abastecimento por meio da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema).

É Isso que muitos fazem, inclusive, o comerciante Emanuel Santana Serpa, 56 anos. Limpou todos os reservatórios de sua residência na sexta-feira. Usou toda a água para a limpeza, pois sabia que sábado era dia de esperar a água para encher tudo novamente e passar o Réveillon normalmente. No entanto, pela manhã, veio a surpresa: nada de água nas torneiras.

A notícia do rompimento na adutora do Italuís chegou por meio do rádio. "Esperei pela água, mas não veio, foi quando ouvi no rádio qual era o problema", disse o comerciante, sentado à frente de seu comércio de diversidades, que fica na Rua Santa Isabel. No comércio, para economizar, não fez nenhum investimento para reabastecimento de água, mas em sua casa, que fica próximo dali, na I Travessa Santo Antônio, no Bairro Santo Antônio, fez.

Morando com mais cinco pessoas, incluindo uma criança, gastou praticamente R$ 25 para não ficar sem água. Para beber comprou recipiente de R$ 4,50 e mais R$ 20 por mil litros para atender a necessidades como higiene pessoal, limpeza entre outros. "O que mais dificultou foi a lavagem da roupa. Minha esposa lava em dia de água, mas como faltou, essa que compramos ficou para tomar banho e fazer comida. A roupa suja acumulou", revelou, emendando com uma frase que comprovou o transtorno causado a muitas famílias: "está é a pior virada do ano".

Na Avenida dos Franceses outro caso de mudança de rotina brusca com a interrupção do serviço. A dona-de-casa Tereza de Jesus, que preferiu não revelar a idade, tinha convidado a família para comemorar a chegada de mais um ano. Mas sem água suficiente não pode fazer a limpeza da casa. Teve então que mudar de última hora o local da festa. "Mudamos para a casa do meu filho, pois lá ele tem reservatórios maiores e tem mais água hoje".

Mas este foi o menor dos problemas no último dia de 2011 para a dona-de-casa. Sem água, Tereza de Jesus não pode fazer sequer o almoço para a família de mais três pessoas. "Tivemos que comprar comida pronta, o que foi mais uma despesa".

Para lavar os pratos depois e concluir a preparação para a festa noturna, teve que pegar água do posto de combustível que fica próximo a sua residência. Armazenou 30 litros e graças à compreensão do responsável pelo posto, não pagou nada pela água, mas teve que desembolsar R$ 10 para o estudante Luís Augusto, que fez o trabalho pesado.

MOTIVO

O aumento do transtorno no abastecimento de água em São Luís foi causado pelo rompimento de uma adutora do Italuís, na madrugada de sábado, por volta das 2h, segundo informações da assessoria da Caema.

A adutora problemática fica no km 32 da BR-135, no Campo de Perizes. A previsão era de até três dias para normalizar o serviço. Ontem pela manhã, alguns bairros abastecidos pelo Italuís começaram a receber água, mesmo que em volume menor que o comum. Se confirmar a previsão, hoje o abastecimento deve ser normalizado. O Imparcial entrou em contato com assessoria da Caema e foi redirecionado para o diretor de Operação e Manutenção, Cristovam Dervalmar. Porém, este não atendeu as ligações nem as retornou.

O Imparcial