quarta-feira, 6 de março de 2013

Com mais de 4 Milhões em Verbas, A Saúde de Chapadinha Avançou Pouco!

Prefeita e Vereadores em Visita ao HAPA


Enquanto Chapadinha recebeu R$ 2.720.870,21 de repasses do SUS, até agora, e o governo anterior deixou em caixa cerca de 1,3 milhão de reais, a saúde avançou muito pouco e as mudanças que ocorreram na limpeza, abastecimento e alimentação têm servido para maquiar deficiências ainda muito preocupantes na saúde pública de Chapadinha.

O blog ouviu especialistas e profissionais da área que alertam para alguns fatos alarmantes.

Milagre da Multiplicação dos Leitos
Depois do fechamento do HCC, o HAPA que tinha apenas 43 passou a ter, de acordo com a Secretaria de Saúde, 77 leitos, sem aumentar um metro quadrado de sua área construída, forçando a barra para incluir mais leitos, contrariando normas que estabelecem o mínimo de 6 metros quadrados para cada leito.

Por consequência disso – ainda de acordo com os profissionais – crianças estariam sendo internadas onde deveria ser uma sala de recuperação pós-cirúrgica e anestésica. Leitos que deveriam servir para observação de urgência e emergência agora servem para internação mais prolongada e os pacientes de observação seguem medicados (tomando soro, inclusive) em corredores. Haveriam ainda área de ventilação e circulação ocupadas por leitos, o que dificulta a funcionalidade do hospital.

Há duas mesas de parto no mesmo espaço físico, o que contraria normas ministeriais.

Com apenas uma sala de cirurgia, a propaganda oficial insiste que já se faz intervenções eletivas, misturando diferentes enfermidades, aumentando o risco de infecção hospitalar. Além disso, como só se conta com um centro cirúrgico, indaga-se o que aconteceria se uma situação crítica exigisse intervenção cirúrgica imediata no momento em que a sala estivesse ocupada por uma cirurgia eletiva, sem a urgência do caso que teria que esperar o término  de uma intervenção nem tão emergencial assim?

Qualidade Duvidosa
Diferente do anunciado, não houve aumento da quantidade de médicos, apenas juntaram as equipes que atuavam no HCC e HAPA, mantendo as deficiências da gestão anterior. Até agora não existe pediatra de plantão, principalmente na hora do parto para resolver complicações e reverter crises com recém-nascidos.

Médicos estariam fazendo papel de cirurgião e clínico ao mesmo tempo, uma vez que o HAPA não dispõe de anestesista de plantão. Especialidades como cardiologia, neurologia e ortopedia ficam restritas aos finais de semana, como se casos graves jamais acontecessem de segunda a sexta-feira.

Terceirização Geral e Falta de Transparência
Existe denúncia de que exames laboratoriais de análises clínicas, raio X e ultrassonografia estariam sendo realizados por empresas terceirizadas, sem licitação e como forma de aumentar salários de profissionais aliados da prefeita.

Integrantes do mesmo grupo político governista já denunciaram publicamente a compra de equipamentos hospitalares de segunda mão, de empresas de familiares do secretário Charles Bacelar e o excesso de funcionários contratadas para beneficiar eleitoralmente a esposa do secretário, que seria candidata a deputada em 2014.

O próprio secretário já teria dito ao Conselho Municipal de Saúde que – em virtude de ter consultório e clientela particular, em São Luís – só poderia permanecer dois dias na semana em Chapadinha.

Precariedade que Persiste  
No final do ano passado, o desalento irresponsável depois da derrota eleitoral da gestão anterior aumentou o desleixo e piorou o que já era ruim. Mesmo assim, as mudanças de viés cosméticos de agora não podem constranger as críticas, tolher a luta por uma saúde melhor e falsear a precariedade que persiste.    

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