Prefeita e Vereadores em Visita ao HAPA |
Enquanto
Chapadinha recebeu R$ 2.720.870,21 de repasses do SUS, até agora, e o governo
anterior deixou em caixa cerca de 1,3 milhão de reais, a saúde avançou muito pouco e as
mudanças que ocorreram na limpeza, abastecimento e alimentação têm servido para
maquiar deficiências ainda muito preocupantes na saúde pública de Chapadinha.
O
blog ouviu especialistas e profissionais da área que alertam para alguns fatos
alarmantes.
Milagre
da Multiplicação dos Leitos
Depois
do fechamento do HCC, o HAPA que tinha apenas 43 passou a ter, de acordo com a
Secretaria de Saúde, 77 leitos, sem aumentar um metro quadrado de sua área
construída, forçando a barra para incluir mais leitos, contrariando normas que
estabelecem o mínimo de 6 metros quadrados para cada leito.
Por
consequência disso – ainda de acordo com os profissionais – crianças estariam
sendo internadas onde deveria ser uma sala de recuperação pós-cirúrgica e
anestésica. Leitos que deveriam servir para observação de urgência e emergência
agora servem para internação mais prolongada e os pacientes de observação seguem
medicados (tomando soro, inclusive) em corredores. Haveriam ainda área de ventilação
e circulação ocupadas por leitos, o que dificulta a funcionalidade do hospital.
Há
duas mesas de parto no mesmo espaço físico, o que contraria normas
ministeriais.
Com
apenas uma sala de cirurgia, a propaganda oficial insiste que já se faz intervenções
eletivas, misturando diferentes enfermidades, aumentando o risco de infecção
hospitalar. Além disso, como só se conta com um centro cirúrgico, indaga-se
o que aconteceria se uma situação crítica exigisse intervenção cirúrgica imediata
no momento em que a sala estivesse ocupada por uma cirurgia eletiva, sem a urgência do caso que teria que esperar o término de uma intervenção nem tão emergencial assim?
Qualidade
Duvidosa
Diferente
do anunciado, não houve aumento da quantidade de médicos, apenas juntaram as
equipes que atuavam no HCC e HAPA, mantendo as deficiências da gestão anterior.
Até agora não existe pediatra de plantão, principalmente na hora do parto para
resolver complicações e reverter crises com recém-nascidos.
Médicos
estariam fazendo papel de cirurgião e clínico ao mesmo tempo, uma vez que o
HAPA não dispõe de anestesista de plantão. Especialidades como cardiologia,
neurologia e ortopedia ficam restritas aos finais de semana, como se casos
graves jamais acontecessem de segunda a sexta-feira.
Terceirização
Geral e Falta de Transparência
Existe
denúncia de que exames laboratoriais de análises clínicas, raio X e
ultrassonografia estariam sendo realizados por empresas terceirizadas, sem
licitação e como forma de aumentar salários de profissionais aliados da
prefeita.
Integrantes
do mesmo grupo político governista já denunciaram publicamente a compra de
equipamentos hospitalares de segunda mão, de empresas de familiares do
secretário Charles Bacelar e o excesso de funcionários contratadas para
beneficiar eleitoralmente a esposa do secretário, que seria candidata a
deputada em 2014.
O
próprio secretário já teria dito ao Conselho Municipal de Saúde que – em
virtude de ter consultório e clientela particular, em São Luís – só poderia
permanecer dois dias na semana em Chapadinha.
Precariedade
que Persiste
No
final do ano passado, o desalento irresponsável depois da derrota eleitoral da gestão anterior aumentou o desleixo e piorou o que já era ruim. Mesmo assim, as mudanças de
viés cosméticos de agora não podem constranger as críticas, tolher a luta por uma saúde melhor e falsear a precariedade que persiste.
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