Por: Eduardo Braga - Vereador / PT
O povo de Chapadinha quis mudança e para isso derrotou com expressiva votação um dos melhores prefeitos que a cidade já teve como consequência do desgaste de quem ele escolheu para lhe suceder.
Para a tarefa de derrotar Magno
Bacelar foi escolhida uma pessoa sobre quem pouco se sabia além do fato de ser
milionária, mas nada mais importava. Ela tinha tanto dinheiro, diziam seus
partidários, que não precisaria meter a mão nos cofres da prefeitura (como se a
corrupção fosse um crime de pobres).
Agora se sabe que, mesmo tendo um
patrimônio suficiente para si e para as próximas gerações da sua família, uma
das primeiras ações de Belezinha foi colocar suas filhas na folha de pagamento
da prefeitura, além de todos os esquemas desvios de recursos públicos que já
foram descobertos nos últimos meses e outros tantos que ainda virão à tona.
O pau mandado da prefeita finge que
nada vê, desvia a visão da gratificação recebida pela primeira-filha, mas a
explicação para essa visão mais curva que a minha que sou vesgo, como eles
gostam sempre de lembrar, virá à tona quando o resto da folha de pagamento vir
a público. Estamos apenas começando.
Belezinha, contudo, é um mal
passageiro. Logo logo voltará à insignificância social e política que tinha
antes de prometer dinheiro e emprego a meio mundo de gente para chegar à
prefeitura. O que nós precisamos combater não é ela, mas a raiz do problema que
faz com que sua administração seja o desastre que é.
Por que um povo tão pobre, quando
desejoso por mudança na administração, correu atrás daquela que, sendo a mulher
mais rica da cidade, era portanto a mais distante da sua realidade, das suas
dificuldades, das suas lutas diárias?
Ao gastar a fortuna que gastou para
se eleger, Belezinha fez o que a maioria que gasta fortunas para se eleger faz.
Se sentiu à vontade para descontar a conta da campanha nos cofres públicos. Mas
quem desvia para cobrir gastos de campanha, desvia também para enriquecer
(ainda mais), para corromper advogados ou quem mais se disponha.
O discurso fácil do senso comum ataca
todos que disputem a política como se todos que participam dela tivessem nas
suas índoles a má intenção de se locupletar com recursos públicos, o problema é
muito mais complicado do que as lógicas sheherazadianas. É o uso e abuso do
poder econômico na política e nas eleições que massacra a democracia e custa
incalculáveis prejuízos às verbas públicas.
Depende de nós mudar essa tragédia
brasileira. Em 2014 elegeremos deputados, senadores, governadores e presidente
da República. Daqui a dois anos, elegeremos um(a) novo(a) prefeito(a). Podemos
até nos livrar da atual chefe do Executivo (provavelmente até antes disso), mas
se continuarmos a eleger nossos representantes baseados na fortuna que eles têm
e no dinheiro que eles distribuem durante a campanha, podem ter certeza, por
mais absurdo que possa parecer, que teremos alguém ainda pior que Belezinha nos
representando.
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