O jornalista
William Fernandes traz o relato detalhado do entrevero de Marcelo e França
durante a sessão desta segunda-feira. Leiam.
“Marcelo
Meneses foi o primeiro a discursar. Como todo vereador de oposição, cumpre seu
papel de atacar o governo. É assim em todo o lugar. O que Marcelo reclamava
desta vez, era da sua isolada posição de "cobrador" do governo atual.
Reclamava
que os demais não o ajudavam na tarefa de combater o que ele chama de
"governo corrupto" e deu um recado ao seu maior desafeto dentro da
Câmara, o vereador França Nilo, que durante muitos anos foi aliado de seu pai,
o ex-prefeito Isaías:
"Problema
pessoal, nós vamos resolver lá fora. Aqui dentro nós vamos debater problema de
corrupção, de desvio, com respeito à população, de hospitais, de praças, de
calçamentos, enfim... esses é o que nós vamos debater na tribuna... Mas
eu vejo que já tá uma coisa pessoal, que ele tá sendo mandado, para que
eu possa perder a cabeça de novo... agora eu perco, porque de qualquer forma,
ainda não nasceu nenhum homem para que eu seja desmoralizado. O único homem que
ainda pode me desmoralizar é meu pai... e Deus. Ainda vai surgir um, se surgir
esse, aí vai ser diferente.", disse Marcelo.
O
oposicionista se reportou ainda, a um discurso de França, proferido a cerca de
dois meses na Câmara, quando se referiu à separação de sua ex-mulher e, ainda,
a uma acusação de que ele tinha roubado dinheiro do ICMS, falsificando a
assinatura de seu pai Isaías, então prefeito de Chapadinha. Sobre a separação,
Marcelo disse: "A minha separação é porque eu fiz questão de muita mulher,
que eu tive e tenho". Sobre o ICMS, Marcelo disse apenas que França vai
ter que provar na justiça, pois seu advogado já preparou três ações criminais
contra o líder do governo.
Émerson
cobra projetos de Marcelo
No
intervalo da peleja entre Marcelo e França, o vice-líder do governo, vereador
Émerson Aguiar, retrucou Marcelo quanto à acusação de omissão dos demais
vereadores em prol da população. Émerson disse que Marcelo, que tanto cobra dos
colegas parlamentares e do Poder Executivo, até então, neste mandato, foi o
único vereador que não apresentou nenhum projeto de Lei, Indicação ou
Requerimento na Câmara, de acordo com um levantamento recente da Mesa Diretora.
"Isso é lutar em prol da sociedade vereador Marcelo¿" cutucou
Émerson.
Em
aparte, Marcelo disse que em 2009, quando a presidente da Câmara era Graça
Nunes, deu entrada em um projeto que obrigava as agências bancárias de
Chapadinha a colocarem assentos, bebedouros e banheiros para os clientes, mas
que o projeto ficou engavetado. Émerson respondeu, dizendo que se referia
apenas ao mandato da presidente atual da casa, Márcia Gomes.
França
e sua metralhadora verbal
Quando
França se dirigiu à tribuna, a expectativa foi grande e ele soltou logo sua
"metralhadora verbal" contra o parlamentar de oposição. Ele começou
dizendo que não tem medo de ameaça e estava pronto para qualquer colega que
vier. E disse mais:
"Eu
aceito qualquer colega falar de moralidade, mas saindo da boca de um colega que
vem de um passado imundo, de um passado da desordem, da discórdia, do
desrespeito com o funcionário público, do desrespeito com o município, com a
roubalheira do dinheiro público... eu não admito esse indivíduo falar, nesta
casa, de moralidade.
França
acusa Marcelo de roubo
França
reafirmou a acusação de roubo do dinheiro do ICMS. "Eu vou provar lá na
Justiça. Eu tenho as cópias e os nomes das pessoas que falsificaram o nome da
irmã e do pai dele. Tenho a assinatura, que quando o pai dele (Isaías, então
prefeito) chegou no banco para sacar o dinheiro do ICMS, ele (Marcelo) já tinha
roubado. Não foi só uma vez não. Duas vezes. Descarado, desonesto",
discursava França, enquanto Marcelo, assistia tudo a cerca de 2m distância,
quase querendo voar sobre o colega.
França
continuou atacando e Marcelo perdendo paciência. França dizia que estava
ali, não como pau-mandado, mas como vereador eleito, de mãos limpas e que
Marcelo participou de roubo e que para fazer parte da mesa, se vendeu para
Magno Bacelar. O oposicionista respondia insistentemente: "tu é bandido igual
a ele, safado igual a ele, ladrão igual a ele".
França
insistia, chamando-o de irresponsável. Nisso, Marcelo levantou-se e, com o dedo
em riste, convidou França para "ir lá fora". Parte da galeria se
manifestou tentando inflamar a discussão. A presidente da casa não teve outra
saída, a não ser encerrar a sessão.
Depois,
Marcelo foi para a garagem da Câmara, seguido por vários simpatizantes. O
secretário de agricultura do município, Antonio Nilo, irmão de França, foi ao
encontro de Marcelo, para a preocupação dos presentes. Ambos conversaram por
cerca de 5 minutos e tudo se acalmou. Nessa hora, a Polícia Militar já havia
chegado, mas não foi necessário intervir.
Tudo que
está escrito aqui está devidamente gravado. O blog não defende este tipo de
atitude de nossos parlamentares. A tribuna daquela casa é lugar de debates em
defesa da população e é assim que o povo quer ver os seus representantes.
Decoro
Parlamentar
Muito do
que foi visto deve ser bem analisado pela Câmara de Capadinha, pois o decoro
passou foi longe dessa "discussão". Em algumas Câmaras Municipais, a
falta de decoro parlamentar pode acarretar desde uma simples advertência
escrita pública, até a cassação do mandato. Não conheço as regras desta casa,
mas acho que deve ser assim também e todos os edis devem ter conhecimento.
Vamos
aguardar a atitude da Mesa Diretora.”
Texto e
Fotos: William Fernandes
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