quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Maranhão: Preguiça e Política‏


Por: Almir Moreira – Advogado 

Na rede social faceebook, Dean Franklin, jornalista de peso da Chapada, levantou importante questionamento: o Maranhão é o Estado mais pobre da Federação por causa da família Sarney ou pela preguiça de seu povo? 

O homem primeiramente vivia em bandos, depois se organizou em sociedade, e mais depois inventou o Estado. Precisou dele para não sucumbir. Foi essa invenção sensacional – o Estado – que disciplinou a vida social, econômica e política. O acumulo de riquezas pelo trabalho ou pela guerra, ou ainda pela rapinagem criou um grupo de privilegiados, e o Estado veio para por ordem nas coisas, garantir o domínio de um grupo e ao mesmo tempo, sob um fetiche garantir o direito de todos. Calma, não sou anarquista! Essa foi a origem de tudo, resumidamente. O Estado moderno se reveste de outras formas e a democracia ajuda a superar essa marca inicial voltada a privilegiar um determinado grupo social escancaradamente. Por isso meus amigos o Estado é imprescindível, e se assim o é; a política, instrumento exclusivo para se manejá-lo, é também imprescindível. Assim como na idade média se dizia, “fora da Igreja não há salvação” é correto afirmar: fora do Estado só há a barbárie. Isto, claro, desde os primórdios da gestação da sociedade organizada em classes sociais.

O Maranhão é o Estado mais pobre da Federação por falta de política a altura para promover seu desenvolvimento econômico e social com garantia de ampliação de rendas; diminuindo a desigualdade abissal reinante em nossa formação desde outros séculos. Preguiça? Causa de nosso atraso, não. E a quantidade de nordestinos e maranhenses labutando no Sul? E a quantidade de maranhenses ajudantes na construção do Rio de Janeiro e de São Paulo? Para lá foram por causa das políticas de desenvolvimento destes Estados ou da região onde se encontram.

Faltou e falta mesmo para o nosso Estado é uma política popular, melhor dizendo participativa, que contemple a sociedade como um todo, alavancando investimentos e incentivando nossas peculiaridades como nosso gigantismo nos setores, turístico e da agroindústria, por exemplo. Tivéssemos governos com responsabilidade e competência nossas chapadas (cerrados) ou a rica região para pecuária situada no Mearim seriam exploradas de uma outra forma, e primeiramente por maranhenses. 

Esta é a grande tarefa para a democracia moderna, ampliar a participação popular na administração do Estado, inclusive profissionalizando esta administração. Não foi à toa a criação de uma gama de conselhos populares no âmbito da administração pública. Precisamos de governantes com esta nova visão, ampliada de democracia participativa.

Encerro botando Winston Churchill, estadista inglês, para ajudar na resposta ao questionamento do nosso bom comunicador, Dean Franklin, a respeito da responsabilidade sobre a pobreza do nosso Estado: "O político deve ser capaz de prever o que vai acontecer amanhã, no próximo mês e no próximo ano, e de explicar depois o porquê de não ter acontecido."

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