Por: Almir Moreira – Advogado
Na rede social faceebook, Dean Franklin, jornalista
de peso da Chapada, levantou importante questionamento: o Maranhão é o Estado
mais pobre da Federação por causa da família Sarney ou pela preguiça de seu
povo?
O homem primeiramente vivia em bandos, depois se
organizou em sociedade, e mais depois inventou o Estado. Precisou dele para não
sucumbir. Foi essa invenção sensacional – o Estado – que disciplinou a vida
social, econômica e política. O acumulo de riquezas pelo trabalho ou pela
guerra, ou ainda pela rapinagem criou um grupo de privilegiados, e o Estado
veio para por ordem nas coisas, garantir o domínio de um grupo e ao mesmo
tempo, sob um fetiche garantir o direito de todos. Calma, não sou anarquista!
Essa foi a origem de tudo, resumidamente. O Estado moderno se reveste de outras
formas e a democracia ajuda a superar essa marca inicial voltada a privilegiar
um determinado grupo social escancaradamente. Por isso meus amigos o Estado é
imprescindível, e se assim o é; a política, instrumento exclusivo para se
manejá-lo, é também imprescindível. Assim como na idade média se dizia, “fora
da Igreja não há salvação” é correto afirmar: fora do Estado só há a barbárie.
Isto, claro, desde os primórdios da gestação da sociedade organizada em classes
sociais.
O Maranhão é o Estado mais pobre da Federação por
falta de política a altura para promover seu desenvolvimento econômico e social
com garantia de ampliação de rendas; diminuindo a desigualdade abissal reinante
em nossa formação desde outros séculos. Preguiça? Causa de nosso atraso, não. E
a quantidade de nordestinos e maranhenses labutando no Sul? E a quantidade de
maranhenses ajudantes na construção do Rio de Janeiro e de São Paulo? Para lá
foram por causa das políticas de desenvolvimento destes Estados ou da região
onde se encontram.
Faltou e falta mesmo para o nosso Estado é uma
política popular, melhor dizendo participativa, que contemple a sociedade como
um todo, alavancando investimentos e incentivando nossas peculiaridades como
nosso gigantismo nos setores, turístico e da agroindústria, por exemplo.
Tivéssemos governos com responsabilidade e competência nossas chapadas
(cerrados) ou a rica região para pecuária situada no Mearim seriam exploradas
de uma outra forma, e primeiramente por maranhenses.
Esta é a grande tarefa
para a democracia moderna, ampliar a participação popular na administração do
Estado, inclusive profissionalizando esta administração. Não foi à toa a
criação de uma gama de conselhos populares no âmbito da administração pública.
Precisamos de governantes com esta nova visão, ampliada de democracia
participativa.
Encerro
botando Winston Churchill, estadista inglês, para ajudar na resposta ao
questionamento do nosso bom comunicador, Dean Franklin, a respeito da
responsabilidade sobre a pobreza do nosso Estado: "O político deve ser capaz de prever o que vai
acontecer amanhã, no próximo mês e no próximo ano, e de explicar depois o
porquê de não ter acontecido."
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