Por: Almir Moreira – Advogado
A morte invadiu minha casa, atingiu meu
velho e bom pai. Ela não se saciou investe friamente contra minha mãe, não nos
deu trégua nem para a despedida de meu pai, luta para me tirar deste outro
convívio inigualável. Açoita cruelmente, uma força a primeira vista
inexplicável nos permite resistir, nos conforta e nos dar coragem para viver.
Ela – a morte - se achou mais uma vez vitoriosa, há muito tempo desde os
primórdios triunfa se acha o encerramento de tudo. Isso mesmo, se acha! Tanto
imagina encerrar a vida como se acha vencedora e temível. Sua brutalidade
aliada a nossa falta de fé ou de compreensão sobre a dinâmica da vida nos deixe
refém de sua sentença. Nos deixa a seu bel-prazer, nos deixa cegos sobre a
vida, nos faz pensar ser ela um enigma indecifrável.
Tudo mera ilusão, a morte se imagina vencedora, mas assim como
ela é velha mais velha ainda é a concepção e a compreensão da existência da
espiritualidade. Desde os sumérios, a primeira civilização anotada, passando
pelos orientais, pelos conhecimentos dos gregos, na figura de filósofos como
Platão, por exemplo; assim como, pelos sagrados ensinamentos do Cristo, que se
fez carne e habitou entre nós, se sabe e se dar conta de que a vida não se restringe
ao corpo físico. A vida é muito mais abrangente, o corpo físico é uma etapa é
um ciclo da existência de algo muito maior, o espírito. O perecimento da
carne não implica em perecimento da vida, por isso a morte é uma ilusão. Até
para quem é cético, com todo respeito, a existência da espiritualidade já estar
comprovada, me valho da festejada formula matemática formulada por Einstein: E
= mc2. Grosso modo, significa que massa é
energia concentrada. Significa que tudo é energia. Se tudo é energia, claro, a
ocorrência do lado espiritual é um fato. Não foi à toa a celebre expressão: “
Deus não joga dados” . Além dessa frase ter servido para esse cientista –
Einstein - se reportar a incipiente física quântica, naquela oportunidade – a
meu ver precipitadamente – serviu também para mostrar sua crença pela
existência do mundo espiritual.
O que deve nos conformar e orientar é a máxima: “ a cada um será
dado de acordo com as suas obras. (Jesus)”. Respeito pelos outros, benevolência
e caridade nortearam a vida de meu pai, e nesses pilares ele se preparou para a
vida eterna; e foi este o tesouro legado a mim, a sua passagem, antes de ser
trágica trouxe vida e vida em abundancia pelo seu exemplo.
2 comentários:
Uma profunda reflexão desse mistério chamado morte.
Parabéns Almir por enfrentá-la sabiamente.
Serenilia
Consternado me associo as suas reflexãoes quanto a partida do saudoso "tio Almir", mantendo a esperança de recuperação de "tia Nair"
Ze Baleco
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