segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Morte é Vida



Por: Almir Moreira – Advogado 

A morte invadiu minha casa, atingiu meu velho e bom pai. Ela não se saciou investe friamente contra minha mãe, não nos deu trégua nem para a despedida de meu pai, luta para me tirar deste outro convívio inigualável. Açoita cruelmente, uma força a primeira vista inexplicável nos permite resistir, nos conforta e nos dar coragem para viver. Ela – a morte - se achou mais uma vez vitoriosa, há muito tempo desde os primórdios triunfa se acha o encerramento de tudo. Isso mesmo, se acha! Tanto imagina encerrar a vida como se acha vencedora e temível. Sua brutalidade aliada a nossa falta de fé ou de compreensão sobre a dinâmica da vida nos deixe refém de sua sentença. Nos deixa a seu bel-prazer, nos deixa cegos sobre a vida, nos faz pensar ser ela um enigma indecifrável. 

Tudo mera ilusão, a morte se imagina vencedora, mas assim como ela é velha mais velha ainda é a concepção e a compreensão da existência da espiritualidade. Desde os sumérios, a primeira civilização anotada, passando pelos orientais, pelos conhecimentos dos gregos, na figura de filósofos como Platão, por exemplo; assim como, pelos sagrados ensinamentos do Cristo, que se fez carne e habitou entre nós, se sabe e se dar conta de que a vida não se restringe ao corpo físico. A vida é muito mais abrangente, o corpo físico é uma etapa é um ciclo da existência de algo muito maior, o espírito. O  perecimento da carne não implica em perecimento da vida, por isso a morte é uma ilusão. Até para quem é cético, com todo respeito, a existência da espiritualidade já estar comprovada, me valho da festejada formula matemática formulada por Einstein: E = mc2. Grosso modo, significa que massa é energia concentrada. Significa que tudo é energia. Se tudo é energia, claro, a ocorrência do lado espiritual é um fato. Não foi à toa a celebre expressão: “ Deus não joga dados” . Além dessa frase ter servido para esse cientista – Einstein - se reportar a incipiente física quântica, naquela oportunidade – a meu ver precipitadamente – serviu também para mostrar sua crença pela existência do mundo espiritual.

O que deve nos conformar e orientar é a máxima: “ a cada um será dado de acordo com as suas obras. (Jesus)”. Respeito pelos outros, benevolência e caridade nortearam a vida de meu pai, e nesses pilares ele se preparou para a vida eterna; e foi este o tesouro legado a mim, a sua passagem, antes de ser trágica trouxe vida e vida em abundancia pelo seu exemplo.

2 comentários:

*Milena Chiacchio disse...

Uma profunda reflexão desse mistério chamado morte.
Parabéns Almir por enfrentá-la sabiamente.
Serenilia

Ze Baleco disse...

Consternado me associo as suas reflexãoes quanto a partida do saudoso "tio Almir", mantendo a esperança de recuperação de "tia Nair"
Ze Baleco