Após uma noite de terror sem força elétrica, TV e ventilador, esperando o sono chegar, já que a equipe da CEMAR nunca vem em tais horários, amanheço com a vontade de um bom banho frustrada por três dias de um cano estourado
em algum lugar sem que a CAEMA consiga água bombear. Escovar os dentes e lavar
o rosto com água da geladeira é o que vai restar.
Saindo de carro, os solavancos dos buracos do centro,
semáforos quebrados e o trânsito insano ajudam a acordar.
Preciso pagar contas e no Banco do Brasil, dos nove
existentes, só dois caixas eletrônicos se pode usar. Filas gigantescas dão bom
dia aos clientes no “belo” e novo prédio da instituição financeira que mais lucra no país.
Como aqui não existem aqueles postos do BB que abundam em farmácias, padarias
e supermercados de cidades bem menores, o jeito é avisar o atraso e cancelar
compromissos. Pego o celular e... qual o
que?! A VIVO anda mortinha ultimamente.
Penso com os botões de minha camisa de meia: é melhor pagar as
contas: temos SPC, SERASA e a Língua dos Outros pra tormento do devedor e nada
de PROCON em amparo ao consumidor.
Nem adianta estressar. Calma, olha a pressão! Vai que você
passa mal e acaba no HAPA, onde tem de um tudo, de prêmio de honra ao mérito de
saúde nacional a salário de marajá; só os remédios e equipamentos funcionando é
que o (im)paciente corre risco de não encontrar.
Melhor pensar noutra coisa. Ah, lembrei que logo mais, a
noite trará aquela grata brisa e o inspirador luar da Chapada... Afinal hoje é
a sexta-feira perfeita para ir ao Abrigo Central: lá a cerveja é rudemente
gelada e sempre se pode contar com o Inaldo para o fiado deixar.
Imagem de cima montagem meramente ilustrativa e de baixo
nosso legítimo luar de novembro tirado por Willian Fernandes do quintal de sua casa.
2 comentários:
Alexandre,
Excelente texto. Parabéns!
Muito boa essa. Poderia se chamar de a crônica da cidade.
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