sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Périplo Chapadinhense ou A Crônica do Descaso

 
Após uma noite de terror sem força elétrica, TV e ventilador, esperando o sono chegar, já que a equipe da CEMAR nunca vem em tais horários, amanheço com a vontade de um bom banho frustrada por três dias de um cano estourado em algum lugar sem que a CAEMA consiga água bombear. Escovar os dentes e lavar o rosto com água da geladeira é o que vai restar. 


Saindo de carro, os solavancos dos buracos do centro, semáforos quebrados e o trânsito insano ajudam a acordar. 


Preciso pagar contas e no Banco do Brasil, dos nove existentes, só dois caixas eletrônicos se pode usar. Filas gigantescas dão bom dia aos clientes no “belo” e novo prédio da instituição financeira que mais lucra no país. Como aqui não existem aqueles postos do BB que abundam em farmácias, padarias e supermercados de cidades bem menores, o jeito é avisar o atraso e cancelar compromissos.  Pego o celular e... qual o que?! A VIVO anda mortinha ultimamente. 


Penso com os botões de minha camisa de meia: é melhor pagar as contas: temos SPC, SERASA e a Língua dos Outros pra tormento do devedor e nada de PROCON em amparo ao consumidor.  


Nem adianta estressar. Calma, olha a pressão! Vai que você passa mal e acaba no HAPA, onde tem de um tudo, de prêmio de honra ao mérito de saúde nacional a salário de marajá; só os remédios e equipamentos funcionando é que o (im)paciente corre risco de não encontrar. 


Melhor pensar noutra coisa. Ah, lembrei que logo mais, a noite trará aquela grata brisa e o inspirador luar da Chapada... Afinal hoje é a sexta-feira perfeita para ir ao Abrigo Central: lá a cerveja é rudemente gelada e sempre se pode contar com o Inaldo para o fiado deixar.
 


Imagem de cima montagem meramente ilustrativa e de baixo nosso legítimo luar de novembro tirado por Willian Fernandes do quintal de sua casa.

2 comentários:

Oberdan Galvão disse...

Alexandre,
Excelente texto. Parabéns!

Herbert Lago Castelo Branco disse...

Muito boa essa. Poderia se chamar de a crônica da cidade.