sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Caso Noé: G1 Ouve Família, Dr. Sérgio e Especialista


O Site G1 (da Rede Globo) traz matéria completa sobre o caso da criança morta em Chapadinha. Abaixo a reportagem que ouviu a família da criança, o médico envolvido e, ainda, um especialista no assunto. Leiam. 

Avó reclama que criança teve cabeça decepada e não recebeu explicações.
Bebê chegou morto ao hospital e procedimento salvou a mãe, diz médico.


Familiares de Maria Concebida de Jesus, de 30 anos, estão revoltados com a morte do terceiro filho dela, que foi entregue aos pais, logo após o parto, em uma caixa de sapatos, disse a avó, Osmarina de Jesus.

Segundo ela, o bebê foi “decepado” pelo obstetra Sergio Souza Barbosa, que fez o parto no Hospital das Clínicas em Chapadinha, cidade de pouco mais de 70 mil habitantes.

Barbosa afirmou ao G1 que teve que fazer o procedimento de cortar o pescoço do bebê porque o corpo da criança estava preso, com parte das pernas para o lado de fora da pélvis e a cabeça ainda dentro do útero.  “O bebê chegou ao hospital morto. Eu tive que fazer uma cesárea e cortar a cabeça para poder tirar o bebê e conseguir salvar a mãe”, disse ele.

A avó diz não ter recebido explicações do hospital e do obstetra sobre o caso. “Estávamos  esperando com um berço e o médico me chama para dizer que havia tentado salvar a criança, mas não conseguiu. Me entrega o bebê em uma caixa de sapato, com o pescoço enfaixado", reclama. Ela contou que, ao mostrar o bebê morto para parentes e amigos, perceberam sangue no corpo e resolveram tirar a faixa. "Foi neste momento que vimos que o pescoço havia sido decepado", lembra.

“O bebê não tinha condições de sair por parto normal, estava em posição sentada e isso já era constatado pelo ultrassom. O médico devia ter feito uma cesárea e resolveu fazer parto normal. Tentou puxar a criança pelo pescoço e ela não saiu e acabou dando nisso”, disse Osmarina. “Eu estava esperando o bebê com fraldas, e não com um caixão”, acrescentou a mãe do bebê, Maria Concebida.

Versão do médico
O médico Barbosa disse que a gestante tinha cesárea prevista para ser realizada nesta sexta-feira (13), mas chegou ao hospital em trabalho de parto por volta das 16h de quinta-feira (12) e que o parto normal foi necessário porque “a criança já estava com as pernas e parte do quadril para o lado de fora, e com a cabeça presa na vagina".

"Chamamos isso na medicina de cabeça derradeira. Eu tentei fazer manobras para liberar a cabeça, mas estava presa. Como o bebê não tinha batimentos, estava morto, busquei salvar a mãe.”

“Eu tinha que tomar uma atitude. Se não, a mãe poderia morrer. Tive que abrir, fazer a cesárea e cortar o bebê, tirando a cabeça pela barriga. Expliquei para a mãe e a avó, mas elas acham isso algo fantasmagórico. Deviam estar me vangloriando por salvar a vida dela (da mãe)”, afirmou Barbosa.

A secretária municipal de Saúde de Chapadinha, Maria Jose Pereira Coutinho, disse acreditar que o médico agiu de forma correta, mas instaurou um procedimento para apurar o que ocorreu e acionou o Conselho Regional de Medicina. O corpo foi levado para perícia no Instituto Médico Legal (IML) e a família registrou um boletim de ocorrência sobre o caso.

Procedimento para salvar a mãe
A pedido do G1, o ginecologista e obstetra José Bento de Souza analisou o caso. Ele afirma que a primeira coisa que o médico deve tentar em casos de “cabeça derradeira”, quando a cabeça do bebê fica presa, é tentar aumentar a dilação e expelir a cabeça por baixo. Já quando o bebê está morto, como o médio Barbosa relatou que ocorreu no Maranhão, o objetivo é salvar a vida da mãe, pois, caso o parto demore, há risco de infecções ou hemorragia.

“Se o bebê está morto e a cabeça presa, existe a possibilidade de, com uso de instrumentos, esvaziar a cabeça e fazê-la sair por baixo. Mas, se ele não tinha instrumentos, a prática feita pelo médico, pelo que foi descrito, está correta, este procedimento de decepar a criança existe”, explicou Bento. “Ele fez o que podia para salvar a mãe. A família está julgando-o por ter decepado a criança, mas deviam tê-lo louvado por salvar a mulher”, afirmou.


Foto: Enedilson Santos

4 comentários:

Prof. Msc. Telmo J. Mendes disse...

Boa Noite Alexandre.

publique os comentários do G1.

Segue abaixo:

• Tacila Bastos
G1 por favor investiguem esse caso... Não deixem que esse seja apenas mais um de muitos dos casos que acontecem aqui no Maranhão. Isso é uma injustiça...*

• Gadêlha Ferreira
G1, vcs deveriam investigar este caso mais a fundo, pois segundo os familiares, o médico queria que o "menino" fosse enterrado enfaixado, o caso só veio a tona porque eles olharam o pescoço da criança, sei que sou leigo no assunto, mas já tinha exames que mostrava o menino sentado e que precisava de uma cesariana e o pré natal estava sendo acompanhado por outro médico. Sei que a saúde é um problema sério em todo Brasil, não por falta d dinheiro mas por CORRUPÇÃO, mais aqui em Chapadinha vcs fariam um Globo Repórter, e talvez com o apoio da mídia nacional melhore as coisas por aqui.

• John Stuarte
Este foi apenas mais um caso, porém, a mídia dentro de sua imparcialidade deve investigar e apurar os fatos. Ninguém é louco de assumir o seu erro, que pode acabar com a carreira e além disso tem o tal dos processos. Mas uma vida no MA vale muito, hospitais com cama sem lençol, os médicos examinam o paciente por terceiros...o que ele tem??? --Pergunta se pode tomar dipirona ou buscopam? O outro responde SIM PODE, logo vem o receituário...dipirona e buscopam e aqueles tem mais condições financeiras vão para São Luis a capital a 250 km. É assim que funciona aqui...

• John Stuarte
Infelizmente o médico Bento foi infeliz dizendo que a família deveria louvar o médico de Chapadinha - MA por ter salvo a vida da mãe, pois, este é o papel de um verdadeiro médico, coisa rara de se encontrar aqui. Há muito relatos de erros, mal atendimento, que poderiam ser investigados, HAPA sujo, imundo, médico atendendo de chinelos, não examina o paciente, atende de dois em dois para economizar tempo. Entendo que o momento é complicado, porém, é necessário mudanças. Visitem estes hospitais HCC e HAPA e constatem, mas divulguem as informações. Acredito na imparcialidade de vocês.

• Brendha GomesChapadinha, MA
O G1 deveria sondar o histórico desse médico em Chapadinha. Ele que em menos de um ano já deu um atestado de obito para um bebe, ainda vivo.Queimou gravemente outro bebe durante um procedimento cirúrgico. E outros mais...Chapadinha ha tempos vive com uma saúde precária. Precisamos de socorro, urgentemente!!

• Tays Dourado
O povo precisa abrir os olhos diante de tanta injustiça política, sociaL, adquirindo consciência política,ENTENDENDO que é fundamental a participação o tempo todo, acompanhado os acontecimentos, questionando e MANIFESTANDO essa insatisfação. amenta-se o acontencido com essa criança inocente, finalmente o povo estar a despertar e lutar por justiça (de fato) e por seus direitos, não permitindo que esse seja mais um caso que entra no esquecimento de nossa sociedade.A cidade está deixada ao léu, e entristece o fato de ver que o povo se acomodou a isso! Sou de chapadinha Ma e tenho a foto do Bebe

Abraços.

Prof. Msc. Telmo José Mendes

Oberdan Galvão disse...

Prezado Alexandre,
A que ponto chegou a saúde pública de Chapadinha! Já perdi familiares vitimados por tal descaso e agora assisto inocentes seguirem o mesmo caminho. E o pior: Todos se omitem, o que é de lamentar.

Herbert Lago Castelo Branco disse...

É muito triste ver o nome de Chapadinha saindo na mídia nacional somente em aspecto negativo.

Cleuma Almeida disse...

A minha amiga de infância, a Lourizan, moradora do Angelin, chegou no HCC para ter seu filho, só que ela não podia tê-lo via parto normal, o médico Sérgio tratou-la mal e quis foçar um parto normal, só que a irmã dela, que é daquelas mulheres que não levam desaforo pra casa, fez a maior confusão no Hospital, ameaçou denunciá-lo e tudo mais, então depois de todo o barraco, ele resolveu fazer a cesárea, só que enquanto ele fazia a cirúrgia na menina ia dizendo coisas grosseiras pra ela, destratando sua irmã, fez um corte desproprcional (se propósito ou impéricia, quem vai saber!?). Lourizam teve diversas complicões pós-cirúrgica. Mas hora, se depois de uma cirúrgia normal ficamos fragilizada, imagine depois de uma com direito à lição de moral, só porque alguém "inferior" ousou enfrentar o todo poderoso o "doutor".
Gente, pelo amor de Deus, já tive filho (Graças à Deus, ÁS minhas condiçoes financeiras e por respeito à minha vida e ao da minha filha tive em um Hospital particular de São Luís, é um momento muito delicado para a mulher, nessa hora precisamos de apoio, respeito, e não de um médico grosseiro nos dizendo barbaridades.
Então, meu povo, Eu posso acreditar na palavra desse médico!? Será que ele realmente não forçou esse parto? o da minha amiga ele quis forçar, só nao o fez, pq a irmã dela é "carne pescoço".