O vereador
petista Eduardo Braga concede entrevista ao blog do Robert Lobato, um dos mais
lidos da Capital do Estado. A baixo (em itálico) a íntegra da exclusiva elogiada pelo
próprio jornalista e analista político.
Muito
boa a entrevista do vereador pelo município de Chapadinha, Eduardo
Braga(PT), concedida com exclusividade ao Blog do Robert Lobato.
Depois
de 10 anos morando e estudando em Brasília, Luiz Eduardo Elias Braga voltou ao
Maranhão durante a campanha eleitoral de 2010 e em 2012, depois passou
pelo comando da Secretaria de Assistência Social do município de Chapadinha, e
na eleição de 2012 elegeu-se vereador de pelo Partido dos Trabalhadores.
O
jovem vereador, um dos quadros da nova geração de petistas, iniciou sua
militância política no movimento estudantil em Brasília, filiando-se
ao PT em plena crise do chamado “Mensalão”. De lá pra cá tem se dedicado
à luta política e chamado a atenção pela desenvoltura da sua trajetória
não obstante a pouca idade (25 anos completos em janeiro).
Desde
1996 o PT não elegia vereador em Chapadinha (quando saudosa Nenê Coelho foi
eleita), mas atualmente bancada do partido conta, além de Eduardo Braga, com a
a presença do companheiro Manim. Uma bancada que deve dar o que falar
nesses próximos quatro anos.
A
seguir, a íntegra da entrevista do jovem parlamentar ao Blog do
Robert Lobato onde trata da política na “Princesa do Baixo Parnaíba”,
o governo de Belezinha, relação com o Governo do Estado, o PT e o PED.
Veja:
“Devemos repactuar o partido para deixarmos de ser linha auxiliar de grupos tradicionais patrimonialistas, seja sarneísta, seja anti-sarneísta. Pela experiência e capacidade de diálogo com todos os setores do PT maranhense eu defendo, votarei e pedirei voto pela reeleição do companheiro Raimundo Monteiro.”
Qual
a avaliação que o senhor faz do primeiro mês de governo da prefeita Belezinha?
O sentimento inicial é de decepção. Quem votou nela esperava muito da sua “competência administrativa”, mas a administração privada é bem diferente da administração pública e ela não tem conseguido corresponder nesse início.
Há
alguma expectativa que a administração melhore ao longo dos quatro anos?
Sim. É uma maratona e não uma corrida de 100 metros rasos. A não ser que ela seja cassada pelos processos que correm na Justiça, haverá tempo suficiente para se recuperar política e administrativamente.
Mas
o PT ocupa uma secretaria importante no governo municipal. O partido não tem
ajudado nas políticas públicas para que o governo possa melhorar?
O partido compõe o atual governo, assim como compôs o governo anterior, mas são dois lados de uma mesma moeda. Sei da boa vontade dos petistas que compõe essa administração, mas temos que ousar ir além de ocupar espaços e construir um projeto de esquerda, democrático e popular.
O
senhor é vice-presidente da Câmara Municipal. Como é relacionamento entre o
poder legislativo e o poder executivo em Chapadinha?
Iniciou muito mal. A prefeita decretou Estado de Emergência, subtraindo funções do parlamento municipal, sob justificativas obscuras e sequer informou a Casa. Compreendemos isso como um desrespeito inaceitável. Interrompemos o recesso, convocamos sessão extraordinária e criamos uma Comissão Especial para acompanhar e fiscalizar esse tal Estado de Emergência (que revoga a necessidade de licitação para compras e realização de obras). Foi uma forma até da Câmara se fazer respeitar pelo Executivo. O parlamento é o povo representado, quem não respeita a Câmara não respeita quem nos elegeu.
Fale
um pouco sobre como o senhor pensa exercer o mandato de vereador.
A juventude, a educação e as questões sociais são três bandeiras que se entrelaçam e norteiam o nosso mandato. Espero exercer-lo em diálogo permanente com a sociedade, verdadeiramente participativo e que, ao final dos quatro anos, dê orgulho àqueles que me confiaram o voto.
Quero também concentrar meus esforços na modernização da Câmara, na atualização da nossa legislação municipal, do nosso Regimento Interno, da nossa Lei Orgânica e, principalmente, de um novo Plano Diretor que prepare a cidade para converter o crescimento econômico em desenvolvimento social.
Como
tem sido a relação do Governo do Estado com a Prefeitura?
O governo estadual tem ajudado muito Chapadinha nos últimos anos. Foi importante para garantir os investimentos da Suzano, liberou grande volume de recursos para asfaltamento, municipalizou todo o ensino fundamental e vai construir um hospital regional de 50 leitos, o que deve desafogar a grande demanda sobre o Hospital Antônio Pontes de Aguiar (HAPA), único em funcionamento na cidade e que atende toda a região. Agora depende da nova administração.
O PT
tem projeto de disputar a prefeitura em 2016?
Tem que ter. É isso que eu defendo abertamente desde já. Há um campo aberto e fértil que nós temos a obrigação de cultivar. O enfraquecimento do grupo que deixou o poder e o clima de decepção criado com o novo governo nos dá condição de pensar além politicamente.
Tem que ter. É isso que eu defendo abertamente desde já. Há um campo aberto e fértil que nós temos a obrigação de cultivar. O enfraquecimento do grupo que deixou o poder e o clima de decepção criado com o novo governo nos dá condição de pensar além politicamente.
O grupo que está no poder agora passou quatro anos obcecado em ganhar a eleição, mas não teve a menor preocupação em se preparar para exercer o poder. Devemos, durante esses quatro anos, fazermos as duas coisas. Preparar uma proposta de governo debatendo com a sociedade organizada, com os sindicatos, com as igrejas, com os partidos políticos (principalmente os de esquerda) para construir esse projeto de baixo para cima. Temos a oportunidade de deixar de votar no “menos pior” e criar algo realmente melhor para o povo.
Chapadinha é a cidade pólo da região mais pobre do estado mais miserável dessa nação tão desigual. Nossos desafios são de tal ordem que precisamos de um projeto audacioso, que fortaleça os esforços sociais com geração de emprego e renda, incremento na produção rural e faça o inevitável crescimento econômico chegar a todas as classes sociais. Não é isso que vemos hoje. A “mudança” que se prometeu nos palanques se converteu em “mais do mesmo”.
Este
ano haverá realização do PED no PT. O senhor já tem candidato a presidente
municipal e estadual do partido?
No município participei da criação de uma nova tendência, que assim como eu defende esse projeto petista para 2016, e que deve apresentar candidato no PED. Ainda não sabemos quem será, estamos discutindo propostas antes de discutir nomes, mas adianto que o nome não será o meu. No âmbito estadual vivemos um momento de superação de uma dicotomia que impede o partido de construir um projeto próprio e viável para o Maranhão, o que é um grande mal que temos feito com nosso estado. Devemos repactuar o partido para deixarmos de ser linha auxiliar de grupos tradicionais patrimonialistas, seja sarneísta, seja anti-sarneísta. Pela experiência e capacidade de diálogo com todos os setores do PT maranhense eu defendo, votarei e pedirei voto pela reeleição do companheiro Raimundo Monteiro.
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