sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sessão Solene: Dúvidas, Justificativas e Discursos

Galerias Lotadas em Contraste Com Plenário Vazio 


Por que 9 vereadores deixaram de ir à abertura do período legislativo? O governo teria trabalhado para boicotar a sessão? A prefeita já teria cooptado vereadores eleitos pela oposição? Por que um governo que vacilou e perdeu a presidência se esforçaria tanto para formar maioria e "obstruir" uma sessão meramente simbólica?  Por que deixar de ir a uma sessão que nada iria deliberar ou debateria coisa alguma?

A falta de lógica é tão grande que talvez seja mais fácil a acreditar no improvável alinhamento de coincidências que tirou tantos parlamentares do plenário. Por isso é melhor tratar dos discursos dos que foram e das explicações dos ausentes.

Explicação dos Faltosos
Além do vereador e presidente Nonato Baleco (PDT), cuja ausência foi antecipada e plenamente justificada em razão de uma cirurgia realizada, as vereadoras Márcia Gomes (PR) e Francisca Aguiar (PV) alegaram problemas de saúde em contato telefônico com o presidente em exercício Eduardo Braga (PT).   A vereadora Lívia Saraiva (PTB) justificou sua ausência informando problema de saúde de seu filho, “o dever de mãe fala mais alto quando se está em questão a saúde de um filho e esse foi o meu motivo de não comparecer a essa sessão de abertura dos trabalhos do palácio legislativo” alegou Lívia, pedindo compreensão.

Abertura e Mensagem do Executivo
Após a abertura dos trabalhos o presidente Eduardo Braga indicou o primeiro secretário Marcelo Menezes  (PRP) para a leitura da mensagem da prefeita Ducilene Belezinha. Depois da leitura da mensagem do executivo, Eduardo Braga registrou a presença dos secretários municipais Francisco Paiva (Assistência Social), Chiquinha Pessoa (Igualdade Racial) e do diretor do Departamento de Transito Francisco Monteiro.  

Presentes que Falam
O vereador Manim Lopes (PT) abriu a fase dos discursos pregando harmonia entre os poderes, considerou representantes dos três poderes como empregados do povo e com obrigação de trabalhar em benefício de todos, questionou o prazo para a convocação da sessão, segundo ele inferior a 48 horas, falou da necessidade de organizar a casa legislativa e da revisão do regimento interno da câmara. O Parlamentar lamentou a ausência dos colegas, “fico triste porque este seria um momento de alegria e a ausência dos vereadores tira um pouco o brilho deste momento e prejudica a imagem do parlamento”, disse Manim Lopes, que finalizou agradecendo os votos obtidos, lembrando sua luta de 20 anos para chegar à câmara e seu compromisso com a causa social.

Missicley Araújo começou indagando o porquê da ausência da maioria, parabenizou colegas presentes e declarou não se considerar vereadora apenas de seus eleitores, mais de todo o povo de Chapadinha. Enfatizando não fazer restrição quanto a trabalhar em conjunto com a prefeita no que for para o bem do povo, Missicley agradeceu a participação dos cidadãos que lotaram as galerias.

Mais contundente contra os colegas faltosos, Eduardo Sá (PRTB) citou nominalmente cada um dos vereadores presentes e lembrou o período eleitoral, quando 133 candidatados disputaram as 15 vagas, brigando para falar em palanques e para ter oportunidade de discursar na tribuna da câmara. “Foram 133 querendo chegar aqui, 15 foram eleitos e na primeira sessão apenas 6 participam, não sei como o povo vai analisar isso. Espero que o julgamento do papel de cada um nesta câmara comece agora e só termine daqui quatro anos”, ressaltou Eduardo Sá.

Sá declarou ainda que não será vereador para defender Magno, Danúbia ou a prefeita Belezinha e, fazendo  referência à denuncia dos valores não repassados à previdência pela gestão anterior, declarou: “quem errou que se defenda e responda por seus erros”.

A última fala ficou por conta do presidente Eduardo Braga que começou destacando o descompasso entre o plenário vazio e as galerias lotadas por populares. O petista ainda mencionou o resultado das eleições como expressão do desejo de mudança da sociedade. Braga falou ainda da falta de prestígio do legislativo como um todo e ressaltou a essência da política. "A política não é suja, nem é limpa. A política é um instrumento que pode ser usado para bons e maus fins. A simples existência da política é maior demonstração da superioridade dos humanos com relação aos outros animais e nos possibilita viver em civilizadamente em sociedade”, analisou Eduardo Braga.

Eduardo Braga encerrou considerando o esvaziamento da sessão como “um solavanco passageiro” e que espera a “presença de todos na sessão de segunda-feira para debater os temas importantes, trabalhar pelo povo e demonstrar que nós 15 vereadores estamos aptos e corresponderemos aos anseios da população chapadinhense”, finalizou o presidente em exercício. 

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