Galerias Lotadas em Contraste Com Plenário Vazio
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Por
que 9 vereadores deixaram de ir à abertura do período legislativo? O governo
teria trabalhado para boicotar a sessão? A prefeita já teria cooptado
vereadores eleitos pela oposição? Por que um governo que vacilou e perdeu a presidência
se esforçaria tanto para formar maioria e "obstruir" uma sessão meramente simbólica? Por que deixar de ir a uma sessão que nada
iria deliberar ou debateria coisa alguma?
A
falta de lógica é tão grande que talvez seja mais fácil a acreditar no
improvável alinhamento de coincidências que tirou tantos parlamentares do
plenário. Por isso é melhor tratar dos discursos dos que foram e das explicações
dos ausentes.
Explicação
dos Faltosos
Além
do vereador e presidente Nonato Baleco (PDT), cuja ausência foi antecipada e
plenamente justificada em razão de uma cirurgia realizada, as vereadoras Márcia
Gomes (PR) e Francisca Aguiar (PV) alegaram problemas de saúde em contato telefônico
com o presidente em exercício Eduardo Braga (PT). A
vereadora Lívia Saraiva (PTB) justificou sua ausência informando problema de
saúde de seu filho, “o dever de mãe fala mais alto quando se está em questão a
saúde de um filho e esse foi o meu motivo de não comparecer a essa sessão de
abertura dos trabalhos do palácio legislativo” alegou Lívia, pedindo
compreensão.
Abertura
e Mensagem do Executivo
Após
a abertura dos trabalhos o presidente Eduardo Braga indicou o primeiro secretário
Marcelo Menezes (PRP) para a leitura da
mensagem da prefeita Ducilene Belezinha. Depois da leitura da mensagem do
executivo, Eduardo Braga registrou a presença dos secretários municipais
Francisco Paiva (Assistência Social), Chiquinha Pessoa (Igualdade Racial) e do
diretor do Departamento de Transito Francisco Monteiro.
Presentes
que Falam
O vereador
Manim Lopes (PT) abriu a fase dos discursos pregando harmonia entre os poderes,
considerou representantes dos três poderes como empregados do povo e com
obrigação de trabalhar em benefício de todos, questionou o prazo para a
convocação da sessão, segundo ele inferior a 48 horas, falou da necessidade de
organizar a casa legislativa e da revisão do regimento interno da câmara. O
Parlamentar lamentou a ausência dos colegas, “fico triste porque este seria um
momento de alegria e a ausência dos vereadores tira um pouco o brilho deste
momento e prejudica a imagem do parlamento”, disse Manim Lopes, que finalizou
agradecendo os votos obtidos, lembrando sua luta de 20 anos para chegar à
câmara e seu compromisso com a causa social.
Missicley
Araújo começou indagando o porquê da ausência da maioria, parabenizou colegas presentes
e declarou não se considerar vereadora apenas de seus eleitores, mais de todo o
povo de Chapadinha. Enfatizando não fazer restrição quanto a trabalhar em
conjunto com a prefeita no que for para o bem do povo, Missicley agradeceu a
participação dos cidadãos que lotaram as galerias.
Mais
contundente contra os colegas faltosos, Eduardo Sá (PRTB) citou nominalmente
cada um dos vereadores presentes e lembrou o período eleitoral, quando 133
candidatados disputaram as 15 vagas, brigando para falar em palanques e para
ter oportunidade de discursar na tribuna da câmara. “Foram 133 querendo chegar
aqui, 15 foram eleitos e na primeira sessão apenas 6 participam, não sei como o
povo vai analisar isso. Espero que o julgamento do papel de cada um nesta
câmara comece agora e só termine daqui quatro anos”, ressaltou Eduardo Sá.
Sá
declarou ainda que não será vereador para defender Magno, Danúbia ou a prefeita
Belezinha e, fazendo referência à
denuncia dos valores não repassados à previdência pela gestão anterior,
declarou: “quem errou que se defenda e responda por seus erros”.
A
última fala ficou por conta do presidente Eduardo Braga que começou destacando
o descompasso entre o plenário vazio e as galerias lotadas por populares. O
petista ainda mencionou o resultado das eleições como expressão do desejo de
mudança da sociedade. Braga falou ainda da falta de prestígio do legislativo
como um todo e ressaltou a essência da política. "A política não é suja, nem é limpa. A política é um instrumento que pode ser usado para bons e maus fins. A
simples existência da política é maior demonstração da superioridade dos
humanos com relação aos outros animais e nos possibilita viver em
civilizadamente em sociedade”, analisou Eduardo Braga.
Eduardo
Braga encerrou considerando o esvaziamento da sessão como “um solavanco
passageiro” e que espera a “presença de todos na sessão de segunda-feira para
debater os temas importantes, trabalhar pelo povo e demonstrar que nós 15
vereadores estamos aptos e corresponderemos aos anseios da população chapadinhense”,
finalizou o presidente em exercício.
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