Li na mídia local um texto em que se
desancava a oposição maranhense. Pensei confrontar com argumentos próprios mas
resolvi pedir emprestado repertório alheio para iniciar um debate com os
defensores locais dos Sarneys e dos Lobões.
“A oposição maranhense está
concentrada nas mãos de quem, de certa forma, direta ou indiretamente esteve
vinculada ao que ela tanto combate: o senador Sarney. Por esta razão,
suas ações se restringem apenas a isso, ao combate pessoal, passam a
ideia do seguinte: a questão é só de gerenciamento”, disse o autor do texto de 21 de
abril de 2014, postado no blog do Ivandro, criticando os ex-sarneistas que
aderiram à oposição, talvez preferindo os políticos ainda ligados ao Clã.
Em 10 de junho de 2010, o escriba de
quem tomei emprestado as letras diz o seguinte: “O Maranhão continua mergulhado em todas as
mazelas que o persegue há tempos, em razão da forma como é dirigido
historicamente: sob um olhar privatista. Um novo período se abriu com a eleição
de Jackson Lago, sua prematura queda impediu que se constatasse realmente se
algo novo surgia na política maranhense”, vejam que aqui há um
reconhecimento da mudança real, cerceada pelo judiciário.
Adiante.
“Embora o candidato se
apresente com ar de novidade, marcado por sua juventude e propalada
competência, apesar de não se saber bem em quê, no fundo, no fundo mesmo, a
proposta oposicionista de mudança para o Maranhão se restringe exclusivamente à
troca de comando, à troca de Governador”, disse o missivista de 21 de abril no
blog Café Pequeno, referindo-se a Flávio Dino.
Já em 24 de julho de 2011, o
intelectual reconhece o valor dele: “Partidos do campo democrático realizam neste final de
semana seminário sobre política. Entre ilustradas figuras da política da
Chapada se fará presente Flávio Dino, ex-juiz de direito, ex-deputado federal e
candidato ao governo do Estado no pleito passado. Nome de peso na política
maranhense, talvez o que se tem mais de novo como personalidade na nossa
história mais recente, figura conhecida nacionalmente, dotado de notável saber
jurídico e engajado desde moço na luta pela democracia sabe navegar bem nas
ondas do mundo real”. Que bela e justa defesa, não?
Voltamos ao texto de 21 de abril: “A mudança real nas políticas dos Estados opera-se com algo similar ao
que precisa acontecer com os municípios: FORMULAÇÃO DE UM NOVO PACTO FEDERATIVO
e REFORMA POLÍTICA ELEITORAL. Com essa oposição estadual de caráter
familiar, entre amigos íntimos e gente interessada na mercância, mudança nenhuma
ocorrerá, porventura venha a ganhar, a articulação para chegada ao poder,
simplesmente por chegar, apenas repetiria um círculo vicioso da política
brasileira que tão bem a sabedoria popular já sacramentou com a máxima: “trocam
as coleiras, mas os cachorros são os mesmos”. Aqui, entre coleiras e
mercâncias, o missivista só falta dizer que o Pacto Federativo e a Reforma
Política só têm sentido se comandados pelos sobrenomes Lobão e Sarney.
E que contraponto – em 11 de
setembro de 2010 – saiu da lavra daquele amigo de quem me apoderei das
ideias: “Roseana
vem de novo à Chapada, vem olhar a turba e receber continência de seus aliados,
os de primeira e os de segunda hora. A “classe política” tradicional –
sociologicamente classe é outra coisa – já esboça seu "telekete"
verbal, os dois principais grupos políticos brigam para saber quem tira mais
proveito da visita da Rainha, digna de uma ópera-bufa. Todos eles a veneram,
Ela os tem como papel descartável”. Implacável, meu amigo só não
tinha era identificado os aliados de terceira hora.
O pensador também me socorre quanto à
necessidade das alianças pragmáticas que a oposição encabeçada por Flávio Dino
tem feito. Abaixo.
“E Flávio Dino em sua história recente dá exemplo e aula sobre
a política real, para se eleger Deputado Federal não recorreu a nenhum clube do
bolinha, foi pescar em águas alheias soube fazer alianças sem se comprometer e
se corromper, foi leal exigindo lealdade, não negou suas origens, mas soube
ceder. Talvez tenha dado um passo atrás para dá dois à frente. Imagine no
interior do Maranhão, onde as prefeituras são quase tudo, preso a uma política,
que chamo de golpista, porque só serve o poder se for de uma vez, as oposições
geralmente nanicas, muitas vezes em nome de uma falsa moral negam alianças, fogem
de participar como coadjuvantes e se isolam permitindo a perpetuidade da
política tradicional”. Brilhante! (10 de junho de 2010)
E pra fechar lembro o dito por aquele
amigo escritor em 24 de setembro de 2010: “Flávio Dino dá de lambuja em todos os que se apresentam como
concorrentes ao mesmo cargo, já foi testado como advogado, magistrado e
político, e em todas essas experiências foi aprovado. Ergueu-se por conta
própria, não anda de muletas, sabe o que quer para o Maranhão, e sabe por que
sua vida foi vinculada ao lado dos mais autênticos movimentos sociais. Eis a
boa nova: Flávio Governador do Maranhão”.
Os trechos de 21 de abril de 2014 (em
azul) são do mesmo autor que se rebate (em vermelho, trechos extraídos dos arquivos de postagens deste blog). Se no passado ele pensava
o oposto de agora, deve ter lá seus motivos pra ter mudado tanto e quem sou eu
pra lhe tirar esse direito. Porém me reservo no dever de achar que neste 2014
temos ainda mais motivos para querer mudar o destino do Maranhão.
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