Por: Anaximandro Cavalcanti
– Psicólogo
Na batalha pela atenção do leitor, o
negocio é polemizar. Levar o sensacionalismo às ultimas consequências, um
comportamento que em certas ocasiões, chega a ser patético, inaugura-se uma
estrada raspada, um roçado, uma pintura nova, e por ai vai. E na arte de criar
polêmicas temos a emblemática figura do CÍNICO.
O cínico, nada mais é do que um
dissimulado, alguém que se perdeu no personagem de contestador que um dia
construiu para parecer inteligente, politizado ou simplesmente um grande
aliado.
O cínico coloca-se contra as verdades
conhecidas, mantendo uma relação indireta com seu discurso, que hora diz uma
coisa, hora diz outra. Comportamento este que não visa outra coisa, senão se
aproximar daquele(a) que estar no poder. Seu discurso da irredutibilidade da
verdade e ética é incoerente com seu modo de vida, com sua conduta histórica.
Seu discurso é maleável, sua ideologia nem se quer tem preço, sua politica é
uma arte de camuflagem. O cínico se expõe assim, de maneira absolutamente
isenta das convenções sociais, do que é licito ou ilícito dentro da politica,
seu comportamento nefasto é visível e público. Sua moeda de troca é o
escândalo, a polêmica e a replica. Tudo que o cínico deseja, é se postar no
espaço público, interagir com o poder.
Percebe-se no cínico, uma tarefa de
cuidar, cuidar do seu patrão por meio do escândalo e da provocação. Semelhante
a um cão, realiza sua parrhesia de modo ativo, polêmico, mordendo e atacando
por meio da escandalização.
Chama-nos atenção sua técnica de
diálogo provocativo que apresenta uma característica bem distinta: o cínico,
com seus sermões provocativos, busca desmentir a oposição e a si mesmo. Sua
pratica tem como corolário a sua pobreza militante, por esse motivo, provoca e
escandaliza através de seus falsos textos e testemunhos.
O aparato jurídico-político do poder
é por ele usurpado e serve para legitimá-lo nas suas necessidades de grandeza.
Uma pessoa normal concorda com muitas
coisas, discorda de outras, muda de ideias e até de ideologias, a grande diferença
é que o cínico não possui nenhuma ideia própria, tudo é vendido e barganhado em
beneficio próprio. Mudar de opinião é extremamente legitimo, desde que,
verdadeiramente, acredite. É covardia gerar armadilhas sensacionalistas em
textos em nome de uma suposta mudança do ruim para o bom.
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