sexta-feira, 11 de abril de 2014

O Grande Cínico


Por: Anaximandro Cavalcanti – Psicólogo

Na batalha pela atenção do leitor, o negocio é polemizar. Levar o sensacionalismo às ultimas consequências, um comportamento que em certas ocasiões, chega a ser patético, inaugura-se uma estrada raspada, um roçado, uma pintura nova, e por ai vai. E na arte de criar polêmicas temos a emblemática figura do CÍNICO.

O cínico, nada mais é do que um dissimulado, alguém que se perdeu no personagem de contestador que um dia construiu para parecer inteligente, politizado ou simplesmente um grande aliado.

O cínico coloca-se contra as verdades conhecidas, mantendo uma relação indireta com seu discurso, que hora diz uma coisa, hora diz outra. Comportamento este que não visa outra coisa, senão se aproximar daquele(a) que estar no poder. Seu discurso da irredutibilidade da verdade e ética é incoerente com seu modo de vida, com sua conduta histórica. Seu discurso é maleável, sua ideologia nem se quer tem preço, sua politica é uma arte de camuflagem. O cínico se expõe assim, de maneira absolutamente isenta das convenções sociais, do que é licito ou ilícito dentro da politica, seu comportamento nefasto é visível e público. Sua moeda de troca é o escândalo, a polêmica e a replica. Tudo que o cínico deseja, é se postar no espaço público, interagir com o poder.

Percebe-se no cínico, uma tarefa de cuidar, cuidar do seu patrão por meio do escândalo e da provocação. Semelhante a um cão, realiza sua parrhesia de modo ativo, polêmico, mordendo e atacando por meio da escandalização.

Chama-nos atenção sua técnica de diálogo provocativo que apresenta uma característica bem distinta: o cínico, com seus sermões provocativos, busca desmentir a oposição e a si mesmo. Sua pratica tem como corolário a sua pobreza militante, por esse motivo, provoca e escandaliza através de seus falsos textos e testemunhos.

O aparato jurídico-político do poder é por ele usurpado e serve para legitimá-lo nas suas necessidades de grandeza.


Uma pessoa normal concorda com muitas coisas, discorda de outras, muda de ideias e até de ideologias, a grande diferença é que o cínico não possui nenhuma ideia própria, tudo é vendido e barganhado em beneficio próprio. Mudar de opinião é extremamente legitimo, desde que, verdadeiramente, acredite. É covardia gerar armadilhas sensacionalistas em textos em nome de uma suposta mudança do ruim para o bom.

Nenhum comentário: