Por: Robson Paz - Radialista, jornalista. Secretário adjunto de Comunicação Social e diretor-geral da Nova 1290 Timbira AM
Lembro
com alegria de uma das mais belas imagens da minha infância. Dezenas de pessoas
reunidas em pescaria num braço de rio, que banhava o povoado Jacioca, município
de Bequimão. As margens do rio prateada de piaba, espécie característica da
região. Ao final da pesca, a maior parte dos peixes era distribuída
gratuitamente para os moradores da comunidade. Foi o maior e mais contundente
exemplo de solidariedade coletiva, que tive a felicidade de presenciar.
Comunhão presente nas
sagradas escrituras. “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.
Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto
em comum.” (At 4,32)
Os tempos passaram. O rio,
outrora caudaloso e perene, hoje praticamente não existe. Desaparece na
estiagem e ressurge frágil no período chuvoso. Nem de longe lembra o vigor e a
fertilidade de antes.
Cena tristemente comum na
Baixada Maranhense, principalmente nos campos durante a escassez de chuva. Por
consequência, a população vê minguar sua principal fonte de segurança
alimentar. Não apenas pela carência de peixes, mas pela falta de água para o
gado, as aves e outros animais.
A salinização das águas dos
campos inundáveis e rios é outro problema, que compromete o ecossistema da
Baixada.
Em boa hora, o governador
Flávio Dino criou o programa Diques da Produção, que beneficia 35 municípios da
região com a construção de barragens e canais para armazenar água durante o
período chuvoso, viabilizar a produção de peixes, cultivo de frutas e
hortaliças, além da criação de animais.
É um programa social de
largo alcance. Com resultados práticos. Na década passada, um protótipo foi
executado no Igarapé do Troitá, no município de Anajatuba. Iniciativa do
ex-presidente da Assembleia Legislativa, João Evangelista, baixadeiro de larga
visão e grande sensibilidade social, abraçada pelo ex-governador Zé Reinaldo. O
projeto é um sucesso com o armazenamento de água o ano todo e farta produção
pesqueira e agrícola às margens do igarapé.
Agora, o Diques da Produção
está em campo literalmente nos municípios de Anajatuba, Mirinzal, São Vicente
de Férrer, Peri-Mirim, Viana, Palmeirândia, Penalva, Bacurituba e Santa Rita.
Os canais em construção têm 1.200 metros de extensão e incalculável alcance
social.
O povoado Jacioca, em
Bequimão, a que fiz referência está entre os contemplados pelo governador
Flávio Dino para ser beneficiado com o canal. A obra, que vai começar nos
próximos dias, vai beneficiar milhares de pessoas de uma região com mais de 10
povoados.
É emocionante ver que a
vocação produtiva da Baixada Maranhense está, de fato, sendo priorizada pela
primeira vez na história do Maranhão. Com projetos simples, mas de elevada
dimensão humana, social e econômica. Por certo, brevemente voltaremos a ver a
fartura no cotidiano dos conterrâneos baixadeiros a socializarem a riqueza da
região. Modelo comunista de governar fazendo mais com menos e para todos. Efetivo
combate às desigualdades regionais e sociais. Verdadeiros rios de esperança a
povoar mentes e corações da população da Baixada garantindo segurança alimentar
e desenvolvimento sustentável para milhares de maranhenses.
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