Entre
as inúmeras denuncias levantadas por este blog, o superfaturamento do Mais
Educação é mais um escândalo que só tivemos um pronunciamento da prefeitura
quase dois anos depois e com a prefeita Belezinha declarando oficialmente às
autoridades de Brasília que seus diretores de escolas tiveram que se dirigir a São
Luís para adquirir produtos, porque – segundo a própria gestora – Chapadinha
não possui sequer uma empresa do ramo de papelaria capaz de atender a
prefeitura local.
Lembrando
o Caso
Em
maio de 2014 nosso blog teve acesso a cheques em branco, farta documentação
sugerindo direcionamento para uma papelaria de São Luís e planilhas de compras
com suspeita de superfaturamento de até 900% e desvio de recursos em grande
parte dos recursos do Mais Educação da ordem de R$ 2.574.150,00 (dois milhões,
quinhentos e setenta e quatro mim e cento e cinqüenta reais).
Entre
os materiais adquiridos chamavam atenção, entre outros, o Atlas Geográfico que
na lista da papelaria de São Luis teria sido vendido à prefeitura por R$ 90,00,
sendo que pela Internet um exemplar da mesma editora sai por R$ 9,90 e na Papelaria
Galvão um similar podia ser comprado por R$ 7,90. Foi constado também a compra de um bolo de sementes por R$ 1.000,00.
Nenhuma Papelaria de
Chapadinha vendeu um centavo dois milhões e meio do programa. Clique
aqui para ver a matéria completa.
Chapadinha
Não Tem Papelaria
A
matéria do blog serviu de base para denuncia do vereador Marcelo Menezes / PRP
junto ao Ministério da Educação e Procuradoria Federal e teve resposta da
prefeita em outubro de 2015 por meio do Ofício 376/2015, endereçado AP
Coordenador Geral de Apoio à Manutenção Escolar Djailson Dantas de Medeiros.
Na resposta, mesmo com toda a
documentação e fundamento, Belezinha tratou de desqualificar a denuncia como
obra de opositores e alegou que a maior parte dos recursos foram gastos com
pagamento de monitores e (também apesar de a matéria mostrar cópia de cheques
assinados em branco) negou ter dado ordem à todas as diretoras comprarem na
mesma loja da Capital.
Cheques de Escolas para Pagamento do Mais Educação |
Esse Bolo de Sementes Saiu por R$ 1.000,00 |
Já com relação ao fato de não ter
adquirido produtos em Chapadinha a prefeita foi bem clara ao menosprezar as
lojas que atuam no município. “Informamos que foram feitas pesquisas de preços
em vários estabelecimentos comerciais, tanto da nossa municipalidade (Chapadinha)
como de outras cidades, dentre elas a capital do Estado. Com relação às
empresas locais, não obtivemos êxito, uma vez que ou os preços estavam acima do
permitido para aquisição dos kits pedagógicos ou não haviam todos os produtos
necessários”, disse Belezinha em seu ofício insistindo que apenas a loja de São
Luís reunia condições de atender as escolas da Rede Municipal.
Sobre os preços dos produtos
Belezinha confirmou o valor das compras realizadas como o blog noticiou e, embora a matéria tenha sido minuciosa em mostrar os valores bem mais baixos
praticados em Chapadinha com endereços dos estabelecimentos locais e fotos dos
produtos e seus preços, a prefeita chegou ao cúmulo de dizer que esta página
não apresentou documentos dos preços mais baixos.
E o Setor de Material de
Construção?
Se para Belezinha nenhuma de nossas
dezenas de lojas do ramo de papelaria tem condições de atender um
programa da prefeitura, já no setor do material de construção temos padrão de
primeiro mundo e o destaque é aquele estabelecimento do número 1.336 da Avenida
Ataliba Vieira, chamado de Júnior Construções, fornecedor universal e exclusivo
das obras do município, que todo mundo sabe a quem pertence.
Abaixo o Inteiro Teor do Ofício
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