O jornalista
e atual secretário Assistência Social
Eduardo Braga (foto) é a primeira liderança do PT a falar sobre a decisão que manteve
o partido no governo e na aliança política com a prefeita Danúbia e deputado
Magno Bacelar. A entrevista foi concedida ao jornalista Antenor Ferreira (do
Blog Interligado).
BLOG do
Antenor - O que
você achou da decisão de permanência do PT no governo municipal?
EDUARDO
BRAGA – Avalio
como acertada a decisão. O acordo do partido com a prefeita e com o deputado
Magno Bacelar, foi firmado com base em 07 pontos de uma pauta de reivindicação.
Nesses 06 meses houve avanços, mas ainda há a cumprir.
BLOG - Quais seriam esses avanços e o
que precisa melhorar?
EDUARDO
BRAGA – Posso
citar como exemplo o Fundo da Infância e Adolescência (FIA), que recebia
mensalmente 0,1% dos recursos do Fundo de Participação do Município (FPM). Nós
pedimos à prefeita que esse índice fosse ampliado para 0,5%. Através do diálogo
interno no governo conseguimos que o repasse aumentasse para 0,3%. É o ideal?
Não, mas foi um avanço. Além da estruturação da agência do Sine (Sistema
Nacional de Emprego), que foi realizada, e do fortalecimento dos Conselhos
Municipais, que está em curso.
BLOG - O principal argumento de quem
defendia a saída do PT do governo municipal era a falta de autonomia dos
secretários petistas e a falta de transparência do governo. Como secretário e
membro do partido, o senhor concorda com esse posicionamento?
EDUARDO
BRAGA – Esta é
a primeira experiência como gestores públicos dos dois secretários indicados
pelo PT. Portanto, era necessário um período de conhecimento e aprendizagem
antes de termos a autonomia necessária. No que tange a transparência, eu
acredito que o público deve ter pleno acesso a todas as receitas, aos gastos,
aos contratos e às questões funcionais de toda a administração pública.
BLOG - O senhor era uma das pessoas
que defendia a permanência do PT no governo. Que argumentos foram usados para
convencer os demais membros dessa necessidade?
EDUARDO
BRAGA – Veja
bem, durante esses 06 meses nós estivemos cortando gastos, entregando prédios
alugados, renovando contratos, comprando materiais, enfim, arrumando a casa
(Secretaria de Assistência Social – SEMAS), e agora que nós teremos as condições
de mostrar muito mais trabalho, romper seria desperdiçar uma grande
oportunidade de mostrar serviço e a contribuição do PT para o município.
BLOG – O senhor acha que essa decisão
é definitiva ou ainda há possibilidade de ser revestida?
EDUARDO
BRAGA – Como
disse anteriormente o que fizemos foi um acordo. Enquanto a prefeita cumprir
com o que ela se comprometeu, nós manteremos e reafirmaremos a aliança. E,
convenhamos, não tem sentido sair no momento em que o governo vem melhorando.
BLOG – Há rumores de que pessoas
ligadas a grupos de oposição tentaram influenciar o rompimento do PT com o
governo municipal. O senhor tem conhecimento disso? Foi demonstrado esse tipo
de sentimento por aqueles que defendiam essa saída do governo?
EDUARDO
BRAGA - Não
foi demonstrado e eu não acredito nessa possibilidade. A saída do PT seria
negativa para o governo, e portanto, é natural que quem é contra o governo
espere esse rompimento, mas eu acredito que isso não influência os
companheiros. Acontece que o PT é um partido vivo, democrático, com uma
militância orgânica, que se reúne, debate e é natural a divergência interna. O
importante é nos manter unidos e fortalecer o PT também no nosso município.
BLOG – Até essa aliança com o governo
municipal o PT era tido como um partido de extrema esquerda. O senhor acha que
esse período foi o suficiente para quebrar certos tabus?
EDUARDO
BRAGA – O PT é
e sempre será um partido de esquerda. A melhor definição foi a que o
ex-presidente Lula deu no último congresso nacional do partido: “O PT é milhões
e milhões de pessoas no anonimato, fazendo política e querendo mudança”. Agora
desde a eleição do ex-presidente Lula que foram quebrados alguns paradigmas. O
PT compreendeu que muitas vezes é necessário fazer alianças para se fortalecer
e ocupar espaços para implementar políticas públicas com a cara do partido, e é
isso que nós queremos para Chapadinha.
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