Por: Almir Moreira – Advogado
O quadro de Pedro Américo, o grito do Ipiranga, fixado no Museu do Ipiranga, em São Paulo, simboliza a proclamação da independência do Brasil, comemorada no dia 7 de setembro, data da nossa festa cívica mais importante. A imagem se propõe a retratar o momento da nossa independência, a ser fiel aos fatos ocorridos naquele dia e hora as margens do riacho do Ipiranga em São Paulo. Nosso Príncipe Regente montado num garboso corcel branco junto as tropas militares se insurge contra o Império Português. Fato heróico, porquanto bravo e corajoso, e desafiador, independência ou morte era a palavra de ordem.
A história, porém, caminha noutro rumo, testemunha ocular do evento, Padre Belchior, integrante da comitiva, diz que O Príncipe D. Pedro naquele momento se aliviava na moita, vítima de uma disenteria que lhe roia as entranhas. Viajava do Rio de Janeiro para São Paulo há dias, no lombo de mulas. Estressado por ter decido ficar no Brasil, pressionado pela elite brasileira na figura de José Bonifácio, contra a vontade de Portugal. Com estomago baralhado pela comida pesada ao longo da viagem e com a história prenhe para parir de fato a independência brasileira, tentada por inconfidentes mineiros, conjurados pernambucanos e baianos, mais remotamente, não pôde fazer outra coisa quando em suas mãos chegaram cartas do reino exigindo novamente sua volta e a tomada por ele de uma série de providencias com a finalidade única de recolonizar o Brasil, dentre elas demitir toda a burocracia do governo: juízes, advogados, secretários, acabar com o governo central, por exemplo.
Soma-se a tudo isso o fato da independência ter ocorrida sem um único tiro e de que Portugal totalmente falido estava nas mãos da Inglaterra seu credor de muita grana emprestada. Como precisava honrar com esses compromissos se viu obrigado a conceder a independência brasileira desde que o Brasil pagasse a bagatela de dois milhões de libras esterlinas, a fim de pagar suas dívidas com os ingleses.
O quadro grito do Ipiranga, só foi concluído 60 anos depois de proclamada a independência, não é a fotografia do momento e, segundo especialistas, um plágio de outro quadro histórico, “1808, Friedland”, de Ernest Messonier, referente a uma batalha napoleônica. Com efeito, pode se inferir por outra via, que a magnífica pintura de fato retrata a nossa independência, mas ao contrário do idílico, revela na sua plenitude ter sido uma grande negociata.
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