Por William Fernandes
Conforme anunciado em primeira mão neste blog, alunos do Colégio Bandeirante realizaram no início da tarde de ontem uma manifestação em frente à escola e à URE - Unidade Regional de Educação.
Na pauta de reivindicação estão: mais professores, merenda escolar, mais carteiras, ventiladores e bebedouros.
A diretora da escola, Leonília Gomes, recebeu um grupo de alunos em sua sala e ouviu as reivindicações. “Sou a favor deles em vários aspectos, como a cobrança por mais professores, pois eles vêm todos os dias e voltam para casa sem ter a maioria das aulas. Sobre as outras reivindicações, posso dizer que fazemos o que podemos. O bebedouro é utilizado por mais de 1.200 alunos dos três turnos e não consegue manter a água gelada o dia todo. As salas estão todas com carteiras novas. Se estão faltando algumas, é porque eles mesmos quebraram. O dinheiro da merenda é muito pouco e ela só pode ser comprada quando o próprio estado realizar uma chamada pública.”
Mesmo após a conversa com a diretora da escola, os alunos resolveram manter a programação e realizaram a manifestação em frente à escola, com cartazes contendo as reivindicações. Após alguns minutos, os alunos foram em caminhada até o colégio Raimundo Araújo e depois retornaram à URE, onde foram recebidos pelo gestor regional de educação, professor Janio Ayres.
Sobre a falta de professores, o gestor da URE, deu algumas explicações:
“O Estado nomeou os concursados, mas não foi o suficiente, porque terminou o prazo do concurso e abriu o processo seletivo para a contratação dos professores. No meio do processo seletivo, o Ministério Público, atendendo a uma reivindicação do SINPROESSEMA, entrou com uma ação anulando o concurso, para que haja outro. Assim, o Estado está impossibilitado de novas contratações. Isso independe da escola, da URE e até do Governo do Estado”, disse Jânio.
“Estamos no processo de municipalização do ensino fundamental. O colégio Bandeirante foi o que passou por maiores mudanças, pois os alunos do ensino fundamental foram para o Colégio Paulo Ramos e os professores que lecionavam para eles não podiam, por Lei, lecionar no ensino médio, por não terem habilitação para tal. Isso causou o déficit”, explicou Janio.
O gestor parabenizou os alunos pelo interesse em resolver a situação, mas ressaltou que eles agiram de forma incorreta, no aspecto da formalidade.“Deveriam elaborar algum documento formal, pelos representantes de turmas, ou fazer algum abaixo-assinado e encaminhar para a URE e para o MP. Essa seria a maneira correta.”
Viés político
Janio salientou ainda, que desconfia que os alunos estejam sendo usados por alguém com interesses políticos. “Não tenho a informação concreta, mas isso pode estar sendo utilizado politicamente. Todos sabem que a indicação da (gestão) URE foi feita pelo deputado Magno Bacelar e existem pessoas em Chapadinha que esperam oportunidades como esta para explorarem politicamente. Os estudantes podem estar conscientes de suas reivindicações, mas pode ser que estejam sendo usados por pessoas que querem tirar proveito político”.
O gestor explicou ainda, que o Estado passa por dificuldades financeiras na questão da educação e que a aquisição de materiais e realização de reparos nas escolas passam por questões burocráticas e só são feitas pelo próprio Estado, que é o responsável pelas licitações.
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