Por : Mayron
Régis – Fórum Carajás
Qualquer
ação da Suzano Papel e Celulose se reveste de profissionalismo. Portanto,
ninguém se surpreendeu quando um de seus funcionários se dirigiu á frente dos
presentes no auditório Pequeno Principe, município de Chapadinha, durante a
audiência pública da sua fábrica de Pellets, e, em poucos segundos, respondeu a
família Domingues, do povoado Formiga, município de Anapurus, Baixo Parnaiba
maranhense, que a empresa ao derrubar o arame do seu terreno de 148 hectares
fora apenas profissional e que não havia nada nesse ato que explicitasse uma
rixa pessoal como se a empresa tivesse marcado a comunidade havia tempos atrás
por alguma desavença e a justiça, ao conceder a reintegração de posse, desse a
tão esperada vingança para a empresa.
“Agir com emoção é para os fracos”, parece dizer a Suzano Papel e Celulose. Ela
subtraiu qualquer emoção da sua convivência com as comunidades
agroextrativistas do Baixo Parnaiba e com essa subtração a empresa dera a
entender que o projeto de produção de celulose no leste maranhense saíra
derrotado em suas previsões mais otimistas de implantação pelo que restava da
década de 80 nos municípios de Urbano Santos e Santa Quitéria.
Assim a década de 80 ficou para trás, bem como a década de 90, e alguém a
escrutaria com olhos saudosos de um passado ou, quem sabe, olhos de quem
acredita na possibilidade de refazer a década, principalmente, em termos de
promessas para si e para os demais membros da comunidade. A Suzano Papel e
Celulose se confia na falta de tudo em termos materiais e sociais que assola o
Maranhão e sabe que o que não pode faltar nessa situação são as vagas promessas
de riquezas. Quem enriquecerá com os plantios de eucalipto pelo Baixo Parnaiba
todo que alimentarão a indústria de pellets da Suzano? A riqueza é uma questão
de oportunidade e não de princípios e de obediência a legislação ambiental.
Durante toda a explanação a Suzano Papel e Celulose transmitia uma dose
altíssima de profissionalismo, até porque com relação ao Maranhão a empresa não
podia ser amadora. As assessorias da própria empresa e da STCP respondiam a
todas as perguntas, mas quando eles esbarravam em alguma pergunta mais cortante
como as que a família Domingues delineava para o presidente da Suzano esse tão
estudado profissionalismo virava papo de assessoria jurídica “não é nada
pessoal” ou virava papo de assessoria ambiental “nós reconhecemos o pólo
coceira como comunidade tradicional e dialogamos diretamente com os presidentes
de associação” ou virava discurso de uma tecla só de executivo “estamos
dialogando com as comunidades”. Afinal, quem é a Suzano para reconhecer alguma
coisa como se a decisão final partisse dela? Como no Maranhão, as elites
brincam de governar e brincam de assistir as comunidades tradicionais o
reconhecimento de uma comunidade tradicional que deveria conter um diálogo
severo dessa comunidade com o ente Estado agora depende da iniciativa privada
que justamente pretende despejá-la.
A audiência do dia 25 de abril em Chapadinha comprovou o profissionalismo da
Suzano. A área da fábrica integra uma fazenda de oito mil hectares
anteriormente usada para plantar soja. Essa questão apaziguaria qualquer
resistência ou dor na consciência. Desmatou-se tudo mesmo e a empresa destinará
a área para outra finalidade. Assim sendo, a SEMA não teria como negar o
licenciamento da fábrica. Os danos dos plantios da soja no Baixo Parnaiba serão
relegados ao passado. Ver-se-á daqui pra frente os danos da indústria de
reflorestamento com eucalipto.
As audiências públicas se tornaram armadilhas para a sociedade civil de todo o
Brasil. As avaliações dos técnicos sobre os empreendimentos não correspondem em
nenhum momento as criticas direcionadas pela sociedade civil. Talvez imitando a
Suzano que se cansou de dizer “que a audiência era sobre a fábrica e não sobre
os plantios” os técnicos responderão que as avaliações se aterão ao
empreendimento. Entretanto, o empreendimento não está solto no tempo e no
espaço. É claro que um toca no outro ainda mais sabendo que originalmente o
município de Chapadinha não compunha o quadro dos municípios de onde a Suzano
retiraria a sua matéria-prima. A empresa insistiu no ponto que a fábrica será
construída em área alterada pelos plantios de soja. Esse fato em algum momento
permite que a empresa se abstenha de recuperar as áreas de reserva legal e de
apps desmatadas ilegalmente? Esse fato permite também que a empresa ao comprar
a propriedade desentenda-se de que os impactos ocasionados pelos plantios de
soja são de sua responsabilidade agora?
“Agir com emoção é para os fracos”, parece dizer a Suzano Papel e Celulose. Ela subtraiu qualquer emoção da sua convivência com as comunidades agroextrativistas do Baixo Parnaiba e com essa subtração a empresa dera a entender que o projeto de produção de celulose no leste maranhense saíra derrotado em suas previsões mais otimistas de implantação pelo que restava da década de 80 nos municípios de Urbano Santos e Santa Quitéria.
Assim a década de 80 ficou para trás, bem como a década de 90, e alguém a escrutaria com olhos saudosos de um passado ou, quem sabe, olhos de quem acredita na possibilidade de refazer a década, principalmente, em termos de promessas para si e para os demais membros da comunidade. A Suzano Papel e Celulose se confia na falta de tudo em termos materiais e sociais que assola o Maranhão e sabe que o que não pode faltar nessa situação são as vagas promessas de riquezas. Quem enriquecerá com os plantios de eucalipto pelo Baixo Parnaiba todo que alimentarão a indústria de pellets da Suzano? A riqueza é uma questão de oportunidade e não de princípios e de obediência a legislação ambiental.
Durante toda a explanação a Suzano Papel e Celulose transmitia uma dose altíssima de profissionalismo, até porque com relação ao Maranhão a empresa não podia ser amadora. As assessorias da própria empresa e da STCP respondiam a todas as perguntas, mas quando eles esbarravam em alguma pergunta mais cortante como as que a família Domingues delineava para o presidente da Suzano esse tão estudado profissionalismo virava papo de assessoria jurídica “não é nada pessoal” ou virava papo de assessoria ambiental “nós reconhecemos o pólo coceira como comunidade tradicional e dialogamos diretamente com os presidentes de associação” ou virava discurso de uma tecla só de executivo “estamos dialogando com as comunidades”. Afinal, quem é a Suzano para reconhecer alguma coisa como se a decisão final partisse dela? Como no Maranhão, as elites brincam de governar e brincam de assistir as comunidades tradicionais o reconhecimento de uma comunidade tradicional que deveria conter um diálogo severo dessa comunidade com o ente Estado agora depende da iniciativa privada que justamente pretende despejá-la.
A audiência do dia 25 de abril em Chapadinha comprovou o profissionalismo da Suzano. A área da fábrica integra uma fazenda de oito mil hectares anteriormente usada para plantar soja. Essa questão apaziguaria qualquer resistência ou dor na consciência. Desmatou-se tudo mesmo e a empresa destinará a área para outra finalidade. Assim sendo, a SEMA não teria como negar o licenciamento da fábrica. Os danos dos plantios da soja no Baixo Parnaiba serão relegados ao passado. Ver-se-á daqui pra frente os danos da indústria de reflorestamento com eucalipto.
As audiências públicas se tornaram armadilhas para a sociedade civil de todo o Brasil. As avaliações dos técnicos sobre os empreendimentos não correspondem em nenhum momento as criticas direcionadas pela sociedade civil. Talvez imitando a Suzano que se cansou de dizer “que a audiência era sobre a fábrica e não sobre os plantios” os técnicos responderão que as avaliações se aterão ao empreendimento. Entretanto, o empreendimento não está solto no tempo e no espaço. É claro que um toca no outro ainda mais sabendo que originalmente o município de Chapadinha não compunha o quadro dos municípios de onde a Suzano retiraria a sua matéria-prima. A empresa insistiu no ponto que a fábrica será construída em área alterada pelos plantios de soja. Esse fato em algum momento permite que a empresa se abstenha de recuperar as áreas de reserva legal e de apps desmatadas ilegalmente? Esse fato permite também que a empresa ao comprar a propriedade desentenda-se de que os impactos ocasionados pelos plantios de soja são de sua responsabilidade agora?
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