Do Blog do Robert Lobato
Reportagem
do Correio Brasiliense desta quarta-feira (9) liga o vice-prefeito de Coelho
Neto, Sérgio Ricardo Viana Bastos (PSD), à esquema do bicheiro Carlinhos
Cachoeira, preso pela Polícia Federal acusado de diversos crimes.
Com o título “Uma força para a rádio de Cachoeira”, a
matéria revela esquemas de Cachoeira para legalizar várias emissoras de rádios
e tevês.
O vice-prefeito de Coelho Neto é citado em uma transação
operada por agentes de Cachoeira e o senador Demóstenes Torres para
conceder outorga à Rede Brasiltur de Televisão, empresa que teria como sócios,
além de Sérgio Ricardo Viana Bastos, um cunhado de Cachoeira e o motorista
do ex-diretor da Delta.
O site da Polícia
Federal reproduziu a
matéria do Correio Brasiliense. Veja:
Uma força para a rádio de Cachoeira0 (8/05/2012)
Demóstenes
Torres e Marconi Perillo participaram em 2007 da articulação política no
Congresso para acelerar a outorga de funcionamento a uma empresa do grupo do
bicheiro
JOSIE
JERONIMO
Em parceria combinada, Marconi assumiu a relatoria da
proposta e, em seguida, deu lugar a Demóstenes, como relator ad hoc, para
reforçar a pressão da bancada de Goiás na agilidade da tramitação da matéria.
Por meio de sua assessoria, Perillo respondeu que na época em que era
parlamentar, apoiou a legalização de várias emissoras de rádio. “O governador
Marconi Perillo não se recorda, em detalhes, deste assunto. Precisaria de tempo
para fazer as verificações. De qualquer maneira, ele afirma que apoiou a
legalização de várias emissoras de rádio, interessado que sempre foi em dinamizar
e qualificar a rede de comunicações no país, em gerar empregos e no crescimento
empresarial da área”, afirma a nota. A assessoria de Demóstenes foi procurada,
mas não deu retorno até o fechamento desta edição.
A rádio Fundação Nelson Castilho é citada no inquérito da
Operação Monte Carlo como o braço de Cachoeira na área de comunicações, dentre
o emaranhado de empresas constituídas para dar suporte às atividades criminosas
do contraventor. De acordo com as investigações, a Fundação Nelson Castilho, a Rádio
Mega FM e a Rede Brasiltur de Televisão são de responsabilidade do cunhado de
Cachoeira, Adriano Aprígio de Souza, considerado o principal laranja do
bicheiro.
Pendências
Pendências
Apesar de não constar nos registros da Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel), a Rádio Mega FM, do grupo de Cachoeira, está em
funcionamento no município de Goiatuba, distante 170km de Goiânia. Fazem parte
da sociedade da Mega FM o cunhado de Cachoeira e André Teixeira Jorge, o Deco,
apontado nas investigações da Polícia Federal como o motorista de Cláudio
Abreu, ex-diretor da construtora Delta.
O Correio procurou o diretor da Mega FM, Luiz Okamoto,
para questionar a legalidade da rádio do grupo Cachoeira, mas ele não se
pronunciou. Okamoto também foi flagrado nos grampos da Operação Monte Carlo,
relatando ao contraventor reunião que teve com o deputado Sandes Júnior
(PP-GO). Na conversa, os dois mencionam suposto pedido de Demóstenes e acertam
encontro para discutir a pendência. A sociedade da Rede Brasiltur de Televisão,
empresa que também opera apesar de não ter conquistado outorga junto a Anatel,
é composta pelo cunhado de Cachoeira, o motorista do ex-diretor da Delta e
Sérgio Ricardo Viana Bastos, que é vice-prefeito do município de Coelho Neto
(MA).
A legalidade das empresas de comunicação de Cachoeira já
foi questionada em instâncias como o Ministério Público Federal e o próprio
Ministério das Comunicações. A 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF apura
a constituição de cartel, prejudicando processos licitatórios e a Secretaria de
Serviços de Comunicação registrou que a Fundação Nelson Castilho “não foi
localizada no endereço de correspondência constante no ministério.”
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